Seul  — A Coreia do Norte ordenou a seus cidadãos residentes na Líbia que permaneçam no país, para evitar que divulguem informações sobre as revoltas populares no Oriente Médio e norte da África ao voltarem para casa, anunciou neste domingo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.


Fonte: AFP

Para evitar que divulguem informações sobre as revoltas populares

Em uma mensagem enviada à sua embaixada na Líbia, o governo de Pyongyang solicita aos cerca de 200 norte-coreanos que trabalham no país que permaneçam e não tentem regressar, segundo a Yonhap, citando um especialista em assuntos norte-coreanos. Além disso, recomenda que acatem as recomendações das autoridades locais.

 

Segundo a fonte da agência, o regime do Norte "age assim porque teme que as informações sobre as revoltas populares na Líbia se propaguem na Coreia do Norte", um dos países mais isolados do mundo, governado por uma virulenta ditadura comunista.

 

Pyongyang envia centenas de seus cidadãos para trabalhar como médicos, enfermeiros e operários da construção civil em países produtores de petróleo para ter fontes de renda em moeda estrangeira.

 

Líbia e Coreia do Norte mantêm relações muito próximas, e o ditador líbio Muamar Kadhafi é considerado um "camarada revolucionário" do ditador norte-coreano Kim Jong-Il, segundo os norte-coreanos refugiados no Sul.

 

Segundo especialistas e associações que mantêm contato com norte-coreanos residentes na região, Pyongyang apertou ainda mais o controle das informações que compartilham desde o início do ano para evitar que notícias sobre as rebeliões populares nos países árabes cheguem até lá.