Luanda -  É inevitável o aumento contínuo da massa de vagabundos a nível global. Cidadãos de todo o mundo involuntariamente terão que dedicar-se à ociosidade com o consequente aumento da criminalidade e da instabilidade social.


Fonte: Jornal de Angola


http://www.club-k.net/images/stories/belarmino%20van%20dunem.jpgEsta nova realidade, em que as máquinas substituem os homens e mulheres, deixando-os no desemprego, faz com muitos jovens e chefes de família sejam obrigados a viver no sub-emprego e em muitos casos no desemprego, engrossando o volume de trabalhadores de reserva que, devido à sua situação, acabam por aceitar trabalhos em condições desumanas, com salários baixos, horas excessivas de trabalho sem descanso, inexistência de segurança social e segurança no trabalho, condições de trabalho inadequadas, humilhações, discriminação, sexismo, preconceito, inexistência de regras (para a mesma função salários diferentes) etc.

 

Peter e Shumann afirmam que “existe um novo tipo de trabalhador que fica na reserva dos desempregados: só é chamado quando necessário. Este tipo de empresa lidera a lista de patronato de trabalhadores sem emprego”.

 

Com a criação do ciberespaço, o mundo entrou numa nova era, a era do imediatismo. A distância entre as diferentes realidades desapareceu, o contacto entre as pessoas é mais rápido independentemente da posição geográfica.

 

Com os computadores, a vida das pessoas tomou uma velocidade que se torna impossível, humanamente falando, a qualquer indivíduo acompanhar o desenvolvimento dos factos, até porque nem todos os países estão preparados para essa nova realidade.

 

Este facto faz com que a informatização da sociedade aumente o poder centralizador das multinacionais e dos seus Estados de origem, que não fazem mais nada senão cuidar dos seus interesses nos países onde se implantam. As economias actuais estão de tal forma dependentes da informática que há mesmo quem afirme que “o computador é o sistema nervoso da economia”, sendo a economia a base que permite o funcionamento de qualquer sociedade. Se estiver completamente dependente do computador, o resultado não pode ser outro senão o caos que o mundo vive na actualidade.


Como a economia já mudou completamente para o mundo virtual, se as coisas continuarem no ritmo em que se encontram, a médio e longo prazo outros sectores e a sociedade em geral passam também para o mundo virtual.

 

“A realidade geográfica está a ser abandonada e substituída pelo mundo virtual; sem darmos conta estaremos lá.” (Laymert Garcia dos Santos 1997:121).

 

A Internet tem-se sobreposto à televisão, por fornecer produtos individualizados, enquanto a televisão fornece produtos de massa. Mas devido ao excesso de informação que a Internet oferece, cada vez que o indivíduo pede uma informação sobre qualquer assunto pode levar ao descontrolo da pessoa pelo excesso de escolha.

 

As tecnologias em si são boas. O mau uso e aproveitamento que as pessoas fazem delas é que tem provocado o caos em que a sociedade global se encontra.

 

O mundo caminha para o abismo, existe a sensação de desorientação universal. A globalização parece não ter retrocesso e a ciência e a tecnologia continuarão o seu percurso. Resta aos homens e mulheres gerirem a situação actual de modo a convertê-la a seu favor.

 

Nós, por cá, em África e particularmente em Angola, também estamos a braços com as novas tecnologias. A resposta “não há sistema” que nos é dada nos bancos, já faz parte do protocolo das instituições financeiras. Raramente se consegue confiar numa transição virtual e uma grande parte dos cidadãos vai usando a “net” para fins pouco aconselháveis, como a difamação através dos famosos sites de notícias como o Angonoticias e o Club K, por exemplo, onde, de forma anónima, jovens e velhos em todo o mundo vão expondo opiniões que há muito deixaram de ser credíveis. Até ao momento ninguém sabe se está a ser acusado publicamente por anónimos, com o único prazer de maldizer em nome da libertinagem de expressão.