São Paulo - Um grupo de angolanos queixa-se que  foram brutalmente destratados  no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta quarta quando desembarcavam provenientes  de Luanda. Cinco deles  foram deportadas, sem nenhuma explicação, segundo  denuncia feita por um dos mesmos em carta enviada ao cônsul angolano naquela cidade cuja copia o Club-K teve acesso e publica.


Fonte: Club-k.net

 

EXCELENTÍSSIMO
SENHOR CONSUL GERAL DO BRASIL EM   ANGOLA                               
                                                      

C|C:
 -   SUA EXCELÊNCIA SENHOR MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA REPÚPLICA DE ANGOLA.
 - SUA EXCELÊNCIA SENHOR EMBAIXADOR DE ANGOLA NA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

 

Excelências

 

Nós abaixo assinado, estudantes e residentes na República Federativa do Brasil, vimos por meio deste expôr o seguinte:

 

No dia 20 de Abril de 2011, pelas 14:00 horas de quarta Feira, deslocamo-nos ao aeroporto Internacional de Guarulhos São Paulo, em busca de nossos familiares provenientes de Angola, duas com visto de estudante e três com visto de turista cedidos pela Embaixada do Brasil em Luanda, no Vôo conforme reserva de passagem dos nossos familiares em Anexo.

 

Tomamos conhecimentos por parte de outros passageiros que desembarcaram no mesmo vôo, que nossos familiares foram impedidos de desembarcar em território Brasileiro e que seriam deportados num total de 5 pessoas. Tentamos diversas modalidades de comunicação no sentido de obtermos algum esclarecimento do procedimento da Imigração Brasileira, não obtendo no entanto qualquer explicação do ocorrido.

 

Mesmo assim, informamos junto ao guichê da TAAG em Guarulhos, sobre o ocorrido, que foi devidamente assinado e carimbado conforme Anexo.

 

Após várias insistências, surgiram dois funcionários da imigração, que informaram-nos que os nossos familiares já haviam embarcado de regresso à Luanda, dizendo desconhecer os reais motivos de tal atitude. Fomos maltratados físicamente e verbalmente pela atitude dos funcionários da imigração, situação que nos deixou constrangidos e moralmente ofendidos, sem no entanto dar-nos a oportunidade de ver nossos familiares, e ainda fomos ameaçados de sermos deportados caso insistíssemos em obter informações.

Esta atitude contrasta em tudo da forma como o cidadão brasileiro é tratado e respeitado no nosso País.

 

Diante do exposto solicitamos o seguinte:

1. Que sejam avaliados os vistos, obtidos no consulado brasileiro.

2. Que o consulado intervém junto a entidades competentes sobre o ocorrido para que use de suas prerrogativas, como a lei de reciprocidade.


3. A devolução do valor gastos nas passagens.

4. A indenização por danos morais cometidos aos passageiros deportados.

 

Atenciosamente:

Subscrevem:

Feliciano A. Luís Filho

Maria A. Gonçalves.


São Paulo, Guarulhos, aos 20 de Abril de 2011.