Benguela - Há uma música interessante de Teta lágrimas, intitulada quero ser político. O cantor narra a “biografia” de um homem que tentou fazer tudo para melhorar a sua vida e não conseguiu. Já foi batuqueiro, zungueiro, construiu uma casa foi demolida e salvou-se sendo político. Pois ele diz que ser político agora é que está a bater.


Fonte: Club-k.net


No capítulo lll, nas secções l, l nos artigos 141 e 173 da Constituição da república de Angolana, estão contidas o respaldo legal do papel funcional dos deputados.

 

É ponto assente que os deputados são os fiéis representantes do povo, pois temos um a democracia indirecta em que são eleitos unicamente para actuarem em nome e no interesse do povo. Aprovando leis, discutindo assuntos nacionais e propor soluções para os diversos males. Fiscalizam, controlam enfim inúmeras atribuições que de certeza não caberiam neste pequeno exercício de pensamento.

 

Circularam notícias que nunca foram desmentidas dizendo que o governo gastou quase 36 milhões de dólares para comprar 210 viaturas de modelo BMW 535 I Executive para os deputados do país. Isso dá cerca de 169.000 dólares por viatura BMW 535 i. Sem contar pagamentos de juros. “Carros brutos” na expressão de Ismael Mateus. Que o rendimento mensal dos deputados rondam 10 mil dólares e outras regalias. Parece que a pobreza reduziu a 70% ou dúvidas?


No quotidiano nota-se ausência entre a maioria de deputado e povo. Um verdadeiro silêncio de tumultuo, a norma constitucional impõe-lhes como representantes de todo o povo e não de defensores dos interesses económicos, jurídicos e políticos dos iluminados. Não temos os seus cartões de visitas como contactos, correios electrónicos, telemóveis. Faltam encontros períodos com a comunidade. Até para constatar problemas devem pedir autorização aos chefes. Os deputados dos círculos províncias são os que estariam mais próximos das pessoas, têm as suas residências nestas províncias. Apenas estão em permanentes contactos com os seus militantes. Que tal um programa radiofónico local para interagir com o povo ouvinte?


Principalmente os deputados do Mpla por serem a maioria e o seu partido governante deviam ter mais preocupação com o povo. Sou testemunha de um projecto louvável de uma organização não governamental de levar os deputados em contacto com a população, para auscultarem os últimos gritos e juntos coordenarem as soluções. Assim a benigna participação na vida pública! Contudo as dificuldades são enormes ocupações e ocupações e o projecto está “estagnado”… Espero que o cenário se altere.

 

Penso que a maioria dos internautas já recebeu um correio electrónico com fotos de vários parlamentos agitados em discussões e lutas enquanto o nosso um deputado dorminhoco. É verdade? Se os que passaram 16 anos na primeira legislatura quase que não conhecemos e nesta segunda parece que se segue o mesmo caminho. Outros somente levantam os braços e mantêm-se mudos. Nelson Mandela disse:” Me recuso a falar do futuro sem a presença dos jovens.” E eu digo é bom falar do povo conhecendo-lhe “.O parlamento esgota-se nas sessões e encontros de grupos parlamentares? Porquê que os deputados da oposição não aparecerem na imprensa pública? Vocês são os nossos representantes não se conformem. O dinheiro e as regalias nos pertencem. É de todos. Perguntei a um deputado da oposição a monotonia dos seus colegas parlamentares. Ele me disse que deveria existir uma união entre a sociedade civil e a oposição para que a situação melhore mormente nas liberdades, direitos e garantias individuais ” O eco de uma voz do bem abafa o barulho de uma multidão do mal”.
 


O Estado de Thomas Hobbes é um “Leviathan” um monstro que combate outros monstros. Criação de um Estado angolano forte, capaz de subordinar os partidos políticos e não o contrário. E cada órgão desempenha a sua actividade e não se torne refém de outrem.


Domingos chipilica Eduardo em Benguela.