Benguela -   Informo aos amigos e opinião pública que decidi retirar a queixa-crime por difamação contra o sr. José Patrocínio, coordenador da ONG Omunga, sedeada na cidade do Lobito e que corria os seus trâmites na instância competente. A entidade forense que lida com o caso por minha parte na condição de ofendido, foi orientada no sentido de renunciar ao procedimento criminal na queixa apresentada o ano passado (2010) nos termos do Código do Processo Penal Angolano, na sequência  de declarações proferidas pelo sr. Patrocínio durante uma entrevista na Rádio Benguela, em relação à minha pessoa e que foram aferidas como ofensivas a direitos tutelados por lei.
   

Fonte: jaimeazulay.blogspot.com/

“Felizmente  vamos aprendendo com os erros”

Trata-se de uma decisão pessoal que responde unicamente a imperativos de índole pessoal. Pretendo simplesmente demonstrar que, embora me tenha sentido ofendido no  bom nome e de ter a possibilidade de fazer valer o direito de tutela desses bens por parte da lei do nosso país, considero-me perfeitamente maduro como homem, para considerar o evento como acidente de percurso no longo processo de aprendizagem das habilidades políticas necessárias para lidarmos  pacificamente com fenómenos como a tolerância  nos debates democráticos e pluralistas, que as pessoas de bem querem fazer vingar em Angola.
 


Felizmente nesta vida vamos aprendendo com os erros. Os nossos e os dos outros. Creio que seria bom que  os angolanos pudessem ter  sempre a possibilidade de, por motu próprio, sacrificarem um pouco de si em troca de um bem maior, como o respeito pelos demais e a harmonia com os demais, mesmo quando não concordamos com as suas opiniões. Sinto-me reconfortado de poder  aproveitar essa alternativa. Falo de vivermos sem rancores ou ressentimentos pelo passado que nos marcou de forma mais ou menos dolorosa e  darmos, enfim,  um sentido mais positivo às nossas vidas.  Concordo que, no caso em apreço, temos essa possibilidade, salvo outros desenvolvimentos.


Luanda, 28 de Abril de 2011.
Jaime V. Azulay