Namibe - Mais de dois meses após as fortes enxurradas que arrasou – de forma leve – a província do Namibe, finalmente a governadora Cândida Celeste da Silva decidiu descaradamente, ontem (14/5), constatar ‘in loco’ algumas áreas de reacentamento dos sinistrados que se encontram em condições extremamente afanosos.
 

Fonte: Noticiasdeangola.net


Com um ar de não me toques, ou melhor, não me encoste, a governadora entregou vaidosamente, como era de se esperar, alguns bens materiais – não importante, mas necessária – às vítimas das cheias que nem sequer mostraram-se satisfeitas pelo gesto, e muito menos pela quantidade dos produtos.


 
Na mania de um cão, ou melhor, uma cadela levar dois ossos, a “avô Cândida” como é carinhosamente chamada pela população local, decidiu trocar os pés pelas mãos, atarracando os títulos que ostenta designadamente, de governadora e da 1ª secretária provincial do MPLA naquele território.
 


O que literalmente deu a entender, e perceber, que  marcou a presença na veste de governadora provincial, e, esparziu os poucos bens – doados pela direcção do Porto do Namibe e a empresa Chicoil – na veste de 1ª secretária provincial do MPLA, às vítimas que não se aguentavam de pé devido a fome isoladora com o frio à mistura.


 
“Viva o MPLA; Viva o camarada Presidente José Eduardo dos Santos; A luta...; A vitória é...”, pronunciava-se, de cara trancada, a governante – de ocúlos escuros – no final de cada visita que durava media de 15 minutos nos ditos centros de reacentamentos do Giraul de Baixo, Saco-Mar, Giraúl do Meio, Macala Tchipaty e Macala Sede.
 


Durante o periódo de visitas nos referidos centros – que de centro não tem nada devido a falta de tudo –, “avô Cândida” foi destraidamente traída, numa acção de sabotagem pela equipa de protocolo, pelos dois megafones trazidos que se recusaram cumprir com os seus respectivos objectivos. Situação que a obrigou atentar soltar, um pouco mais, a sua cansada voz. O que não foi fácil.
 


Curiosamente, era notável a despreocupação da equipa de protocolo que se limitavam a soltar fortes gargalhadas, toda vez que a sua Chefe se matava de tentar soltar às cordas vocais. “Epá, está merda não quer funcionar”, dizia um dos elementos do protocolo ao outro. “Deixa-lá, ela vai conseguir se desdobrar mesma assim”, respondia o outro, em gesto de brincadeira de mau gosto.  
 

 

Surpreendentemente, em cada paragem dos cinco centros de reacentamentos dos sinistrados, “avô Cândida” se mergulhava ao ridículo – por falta de criatividade comunicativa com os populares – limitando assim, proferir as mesmas palavras, – o que não se sabe de concreto, se é de encorajamento ou... – as beneficiárias, na sua maioria camponesa. 

 
 
“Estamos aqui hoje para ver como se encontram...; nós temos conhecimento das dificuldades que estão a passar. Por isso, viemos aqui – eu e os meus subordinados, para vos trazer estes meios que conseguimos graça ao Porto do Namibe e a empresa Chicoil, enquanto estamos a espera do apoio do governo central...”, dizia a governante de forma justificativa às populações que, pelos olhares, descreviam metaforicamente os seus desagrados por uma simples razão: “esperavam mais acções, que simples palavras”.


 
De facto, a fraca propaganda, ou melhor, a propaganda enganosa feita pela “avô Cândida” na veste de 1ª secretária do MPLA – à custa do Porto do Namibe e da empresa Chicoil –  quase não atingiu o efeito pretendido, e como consequência aumentou, na flôr da pele, a raiva destes namibenses que identifica(va)m através das “bandeiras velhas” hasteadas, como militantes do partido no poder, mesmo nas situações preocupantes que se encontravam.  


Hipocritamente, a governante – no estilo a gringo – violou publicamente, como de hábito, o acordo mantida, há escassos dias, com os representantes provinciais dos partidos na oposição quando serenamente dizia: "é preciso termos a consciência de que, não fica bem as pessoas tirarem proveitos políticos neste cenário, causando ainda mais constrangimentos e transtornos. Sabemos que vai faltar água, vai faltar pão, vai faltar cimento, enfim, vai faltar de tudo um pouco, do essencial para a sobrevivência da população. Mas se existir entre nós o espírito de camaradagem e inter-ajuda, muitos destes obstáculos, poderão ser resolvidos...”. sic!

 
Importa salientar que, o balanço definitivo apresentada pela mesma apontava 54 mortos e outros 24 pessoas dadas por desaparecidas, num total de 18.939 sinistradas em toda província.