Lisboa - Um ambiente de contradição esta a ser registrado em meios policias em Luanda face a detenção dos jovens promotores de uma manifestação contra a pobreza prevista para esta Quarta-Feira (25). O Comandante Interino da 3ª esquadra do Cazenga, identificado Comandante “Pontes” pretende avançar com uma versão alegando que prendeu o promotor da manifestação, por porte ilegal de arma de fogo.
Fonte: Club-k.net
Jorge Bengue rejeita comprometer-se com esta versão
A versão do comandante “Pontes” não esta a ser acolhida junto do comando provincial da polícia em Luanda por falta de fundamento. Em reação o porta-voz deste comando provincial, superintendente-chefe Jorge Bengue, recusa-se a dar seguimento a esta versão. Opta por não reagir os pedidos de explicações dos jornalistas para se pronunciar sobre o assunto. Aparenta não desejar repetir o erro da detenção do rapper Brigadeiro Mata Frakus e amigos quando foi induzido pelos seus superiores apresentar uma versão sem consistência.
A falta de fundamento da versão do comandante da policia quanto a versão de posse de armas dos jovens é esbatida nos seguintes pontos a saber:
- A operação da detenção dos jovens foi conduzida por dois elementos "Budia” e “ Gi Lopes”, que se fazem crer serem do Serviço de Informação e Segurança do Estado. Ambos são muito próximos ao administrador municipal do Cazenga.
- Embora a polícia não tenha participado na operação, assumiu horas depois a prisão do jovem Luís Bernardo.
- De inicio dizia-se que a detenção era para “limpar” a área sob alegação de que o Presidente da Republica iria se deslocar ao Cazenga.
A versão de porte de armas de fogo avançada pelo comando da policia no Cazenga, é vista como estando a dar seguimento a informações que correm em Luanda dando conta da distribuição de panflectos em alguns bairros acusando os promotores da manifestação de pretenderem pegar em armas para reascender o retorno a guerra. É apresentado como financiador dos panflectos, o empresário Bento Kangamba do Comitê Central do MPLA que recentemente assumiu em entrevista, a uma radio local, uma campanha desfavorável aos jovens promotores da manifestação do dia 25 de Maio.
Por outro lado, um grupo de jovens do Rangel e arredores decidiu concentrar-se a partir das 10h no largo da independência para exigir a libertação de Luis Bernardo e esclarecimento dos outros colegas do grupo que são dados como desaparecidos. Os mesmos alegam que a versão do comandante “Pontes” do Cazenga não passa de “uma armação” dos dois elementos da segurança de Estado que prenderam o rapaz em sua casa.