Lisboa - O SIE-Serviço de Inteligência Externa, Angola, tem vindo a perder eficácia na actividade de intelligence branch desde a saída do antigo DGAdj, Gilberto Veríssimo. A conclusão é  apoiada numa avaliação apropriada da produção do SIE relacionada com o conflito na Costa do Marfim.


Fonte: AM



O aparente esmorecimento do SIE também é remetido para uma transferência de competências para uma estrutura dependente do conselheiro presidencial, Gen José Maria (AM 235), conhecida como Contra-Inteligência Operativa Externa, (actividade virada para o exterior, em países com interesse especial para a política de Angola).



O SIE foi criado à época da conclusão do acordo de Bicesse, inicialmente como SSE-Serviço de Segurança Externa. Mas já existia do antecedente, conhecido por Cosse. Em todas as suas versões tem sido, de facto, um serviço privativo da Presidência e do PR; (tarefas e missões ajustadas à componente secreta da acção presidencial).



Nos seus primórdios começou por ser um centro de comunicações da PR; José Eduardo dos Santos (JES), que é perito em comunicações, ganhou importância política como primeiro chefe do centro, ainda em vida de Agostinho Neto. Na prática, o centro passou a estar incorporado no SIE quando este foi criado.



De acordo com informações apropriadas, a actividade do SIE (instalações  no bairro Camama), está concentrada menos no campo do intelligence propriamente dito, e mais no campo das chamadas “acções especiais”, encobertas, de natureza diversa. É por essa razão conhecido internamente como um “serviço especial”.



A definição de serviço externo conferida ao SIE advém em particular da rede própria que mantém no estrangeiro, em geral baseada nas embaixadas (a segunda ou terceira figura das mesmas é geralmente do SIE, embora em representações como as de Lisboa, Washington, Pretória, ou Kinshasa, as redes do SIE sejam mais vastas).



Os “operativos” colocados nas embaixadas têm missões correntes como efectuar bosquejos de imprensa ou assistir a conferências temáticas, a par de outras mais exigentes como recolha de informação “fechada”, controlo/contacto com figuras das oposições (FLEC e UNITA) e outras, mais sensíveis.