Luanda -   1. Hoje não tenho palavras para agradecer os votos de carinho e solidariedade recebidos da parte de milhares de cidadãos anónimos, amigos e familiares, por ocasião do início a 13 de Maio do meu julgamento, na qualidade de arguido, enquanto director do bissemanário F8, acusado dos crimes de Calúnia, Difamação e Injúria, pelos senhores; Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, tcp Kopelipa, ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República, António José Maria, chefe dos Serviços de Inteligência Militar das FAA, Hélder Pitta Groz, procurador Militar das FAA, Francisco Pereira Furtado, ex-chefe do Estado Maior General das FAA e Sílvio Franco Burity, Director do Serviço Nacional das Alfândegas. Tenho noção e confiança nos meus colaboradores directos, fieis cúmplices na defesa da liberdade de imprensa e da democracia e, acredito, não me traíram com a publicação das notícias, que hoje respondo na barra dos tribunais, por todas as notícias terem uma base probatória e noutras latitudes democráticas, ninguém relevaria expedientes jornalísticos de interesse público.


Fonte: Folha8


2. Em todo caso, não se pode, num Estado democrático e de Direito, condenar a legitimidade da queixa dos ofendidos, por ser um direito constitucionalmente consagrado, pese, na minha opinião ter sido desproprositada e precipitada, na noção de convivencvia e do papel da imprensa em democracia. Mas ainda assim acreditamos, piamente, no caminho da  verdade, uma vez, não temos duvidas, que mesmo no meio de todas as ideológicas tormentas ela, tal como a JUSTIÇA triunfará! 

 

3.O meu IDEAL é igual ao da maioria dos verdadeiros autóctones, paridos neste torrão de terra, com as suas secundinas, enterradas nos vales, montanhas, bualas ou sanzalas das várias nações etno-linguísticas, de costelação BANTU, almejam: LIBERDADE! 

 

4. O meu SONHO, como o dos milhões NGOLIANOS é ver, na diferença identitária de cada POVO a CONCILIAÇÃO ferramenta fundamental, para os caboucos da política da verdadeira RECONCILIAÇÃO dos habitantes de NGOLA.

 

5. A minha CONVICÇÃO é que, mais tarde do que cedo, os autóctones terão um virar de página na aurora de uma NOVA INDEPENDÊNCIA, onde todos, absolutamente todos, serão IGUAIS PERANTE A CONSTITUIÇÃO E A LEI.

 

 6. A minha CERTEZA é que, UM DIA, haverá um GOVERNO DO POVO PARA O POVO, eleito legitimamente, sem batota e fraude, na verdadeira expressão da liberdade do voto, exclusiva e unicamente, das mulheres e homens  VIVOS. 

 

7. No novo PAÍS a soberania da TERRA regressará ao coração dos NGOLIANOS, havendo como primeira medida das novas autoridades a institucionalização de um TÍTULO DE RIQUEZA, para cada cidadão à nascença de 8 HECTARES DE TERRA, como selo de OPORTUNIDADES IGUAIS.

 

 8. NGOLA, como novo país, elegerá um novo sistema de JUSTIÇA, onde os fortes serão iguais aos fracos e os juízes serão escravos do DIREITO, DA LEI, DA CONSTITUIÇÃO E DA SUA CONSCIÊNCIA e não da influência dos fortes do poder, que hoje, infelizmente,  manietam algumas consciências da magistratura, atoladas aos comités de especialidade.


  9. Por outro lado, a coerência dos discriminados, não deve falecer se a vontade da força, for a de algema-la e aprisiona-la, pois a cadeia foi feita para os homens e, amiúde, por este mundo fora, muitos a cumprem pelo simples delito de opinião. Eu tenho uma opinião em concreto, sobre a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e a democracia e nem mesmo com a minha morte, Xizada desde 1977, mudarei. Por esta razão, companheiros ESTAMOS JUNTOS na longa estrada para uma verdadeira INDEPENDÊNCIA E DEMOCRACIA.