Luanda - O 1º secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Bento, é acusado de ter tido uma postura pouco recomendável a líderes no passado dia 24 de Junho numa actividade partidária que teve lugar num dos pavilhões da cidadela desportiva.


*Carlos Alberto
Fonte: Club-k.net


Segundo testemunhas, o político enxovalhou, perante mais de mil pessoas, um militante, considerado até então como um dos mais “mpelanista” do Rangel. A vítima foi Carlos Gougel “Casão”, que dois dias antes fora exonerado do cargo de administrador comunal do Rangel (E pelo que tudo indica como resultado de problemas políticos) para espanto de grande parte das testemunhas e de uma forma geral do município do Rangel em virtude de o Casão ser um dos responsáveis pela aderência ao MPLA de um considerável número de jovens do município onde já foi 1º secretário da JMPLA.

 

“Se ao Casão fazem isso, o que farão a nós que ainda não fizemos o que ele já fez?”, interrogaram-se algumas testemunhas da referida humilhação.

 

A situação terá sido devidamente orquestrada por Bento Bento que interrompeu a sua vítima quanto este dirigia aos presentes com as palavras de ordem: “Viva o MPLA, viva a paz no Rangel…”. 


Bento Bento ordenou ao jovem que se calasse argumentando que o mesmo não estava em condições de falar em nome do partido. A situação apanhou de surpresa todos, tendo o silêncio tomado conta do pavilhão que, admirados, apreciavam o discurso de Bento Bento que acusou Casão de ser o principal instigador das manifestações que, nos últimos tempos, aconteceram no município do Rangel.


O 1º secretário do MPLA disse ter provas das acusações que fazia, entre quais fotografias de Casão com alguns dos jovens participantes da manifestações. Para algumas pessoas é possível que o Casão tenha sido fotógrafo com estes jovens “porque ele se relacionou-se com as pessoas, sabe separar as coisas e é com este jeito que ele conseguiu arrastar muitos jovens para o MPLA”, argumentou uma das testemunhas que acusou Bento Bento de ter agido mal.

 

“Se é que ele tinha esta informação há vários dias como disse deveria convocar o militante e ouvir a sua versão e não humilha-lo como fez, aquilo mais parecia uma briga pessoal”, desabafou.

 

No entanto, algumas vozes defendem que Bento Bento foi apenas vítima da velha vontade do segundo secretário provincial do MPLA em Luanda, Jesuíno Silva em derrubar Casão devido a velhas manhas entre os dois, agudizadas pela suposta insubordinação de Casão, enquanto administrador comunal à irmã de Juissino que é a administradora adjunta do Rangel, Ana Maria da Silva.

 

Segundo fontes próximas do adjunto de Bento Bento, ele nunca escondeu detestar a vítima de Bento Bento e sempre prometeu faze-lo a cama. “Não posso pôr a mão no fogo por ninguém mas conhecendo o Casão como eu conheço não acredito nas acusações que lhe foram feitas e conhecendo o Jussuino como conheço, acredito que ele está por detrás desta situação”, argumentou, acrescentando que o mesmo terá se aproveitado do facto do Bento Bento tencionar livrar-se da acusação de que era feito segundo as quais ele era o principal mentor das manifestações que se realizaram em casa dos mentores das manifestações.

 

Fontes próximas de Carlos Gourgel contam que, apesar de desolado, promete continuar no partido e esperar pelo tempo para mostrar que foi apenas vítima de uma cabala. No entanto, a atitude de Bento Bento, considerada, por muitos, “grande falha de liderança” criou uma espécie de divisão entre os munícipes do Rangel, sendo que de um lado estão os militantes do partido solidários com Casão e do outro, as pessoas que consideram positiva a humilhação para “ele deixar de pensar e viver o partido como tem feito”, são alguns dos argumentos ouvidos destas pessoas.