Luanda - Abortos com recurso a meios inadequados estão na base de vários casos de perfuração uterina que se registam na Maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, revelou ontem o ginecologista Pedro de Almeida.


Fonte: JA


Prelector do tema “Saúde e Direitos Reprodutivos numa Perspectiva de Igualdade de género” num seminário destinado a jornalistas, que decorreu no Instituto Nacional de Estudos Judiciários, o ginecologista afirmou que muitas mulheres recorrem a métodos inadequados para interromper a gravidez e, como consequência, algumas chegam à maternidade com grandes hemorragias e, por vezes, em estado terminal.


Pedro de Almeida considerou inseguro todo o aborto provocado em condições inadequadas por pessoal de saúde habilitado ou não, dentro ou fora de uma instituição sanitária. Segundo explicou, a prevenção do aborto inseguro passa pela educação e pode ser evitado mediante medidas de planeamento familiar.


Adiantou que o risco de perfuração do útero aumenta em mulheres que já tenham dado à luz anteriormente e para aquelas que recebem uma anestesia geral durante o procedimento do aborto.


Os danos no útero podem resultar em complicações numa gravidez futura e, eventualmente, evoluir para problemas que tornem necessária uma histerectomia (remoção do útero).