Luanda – Dez escolas do ensino primário no município de Samba Caju, província do Kwanza Norte, encontram-se encerradas, desde algum tempo a esta parte, por alegada falta de professores. A informação foi avançada em exclusivo a este postal, pelo chefe de repartição municipal daquela região, José Manuel Lourenço.


Fonte: Club-k.net


O responsável falava esta sexta-feira, a quando do encerramento de mais um seminário de capacitação pedagógica dirigido á mais de uma dezena de novos professores admitidos recentemente na função pública e colocados naquele município. Dos 39 professores que concorreram para o provimento de vagas existente naquela região das montanhas de Ngola Kialuange dya Samba, 15 foram chumbados pelo Tribunal de Contas, por razões não esclarecidas pela fonte e 24 passaram do pente fino daquele órgão fiscalizador do Estado angolano, dos quais, apenas 19 participaram, frequentemente, das sessões de formação pedagógicas que durou cinco dias.


Na ocasião, José Lourenço lamentou ausência de alguns candidatos que “durante os cinco dias da acção formativa não se interessaram em comparecer nos seus locais onde de forma provisória hão de exercerem as suas funções”.


 “Por ordem emanada, pelo administrador municipal, João Leitão, os 19 colegas aqui presentes, deverão ocupar as 10 escolas que andam já há um bom tempo fechadas por falta de professores que podiam suprimir as lacunas”, disse a nossa fonte.

 

 A referida acção formativa, consistiu em aspectos, tais como: planificação de aulas, como dar uma aula no ensino primário, primeiro e segundo ciclos do ensino secundário, como preencher os mapas estatísticos de matrículas, de aproveitamento e rendimento escolar, sistema de avaliação contínua, aulas simuladas, dentre outros assuntos.

 

 Um dos novos professores contactado pela nossa reportagem, cujo nome reserva-se, desabafou, dizendo que “em função das péssimas condições de habitabilidades, alimentícias e laborais que já constatei durante estes cinco dias de sofrimento aqui na vila municipal de Samba Caju, acho que optarei pelo abandono deste primeiro emprego e ainda mais sem dinheiro em mão, não irei ao Kidiulo, Mussabo ou Samba Lucala conforme nos aconteceu em 2010”.


De recordar que muitos destes novos professores são sobreviventes dos 147 professores do concurso público 2010, cujos seus nomes não constavam do SIGFE (Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado) e muitos deles preferiram vingarem-se em concorrer novamente este ano.