Luanda - Emocionadamente quase me escorreguei, ontem, após o actual líder incontestável da UNITA, Isaías Henriques Ngola Samakuva, ter anunciado – em conferência de imprensa – a sua recandidatura ao cargo mais alto daquela instituição partidária, após uma onda de contestação, ou melhor, de trafulhices (em suas próprias palavras) protagonizada por um pequeno insignificante número de militantes imberbes.


Fonte: Club-k.net


Sem qualquer fundamento, estes ridículos imberbes que dize(ia)m fazer parte das longas fileiras deste maior partido na oposição, mesmo sem pagar com regularidade as suas quotinhas de cem ou duzentos ‘kwanzitas’, criaram – na falta de ocupação (tudo por culpa do MPLA que se recusa a criar mais postos de trabalho) – um grupinho, com ajuda de um Chivucu, denominado de “Refilões”.

 

 Embora não sendo novidade para mim, porque já imensas vezes desenhei nos bastidores e nas conversas de bar com alguns colegas da profissão e não só, o actual cenário – da recandidatura do actual presidente – conforme era de se esperar por motivos de várias ordens, que não adianta descrevê-lo neste espaço. Pois, assim voltarei a fazer em fóruns próprios. 

 

 Mesmo sem querer, fiquei derretido – que nem manteiga – pela bravura, e postura, de Isaías Samakuva, por se oferecer a conduzir, mais uma vez, os destinos deste grande e histórico partido angolano que engloba, cada vez mais, milhares de pobres angolanos, que agora lhe têm como uma tabua de salvação no meio deste oceano de miséria onde se encontram, diariamente, afogados milhares de autóctones.

 

 Pessoalmente não faço parte de nenhum partido político – como manda as regras básicas da profissão que desde cedo abracei – mas, gosto de apologizar o que está certo, desmarcando-me assim de coisas imprestáveis (como deste pequeno, e ridículo, grupo de ‘Refilões’ medíocres). Pois, aprendi, tardiamente, com a minha querida e sábia avó que não se deve brincar com coisas sérias, principalmente, quando está é para o bem da maioria.

 

 Razão pela qual procuro, na maior parte das vezes, contribuir – do meu gênero – para o engrandecimento destas organizações idôneas (partidárias ou não) existentes no país. E também, para que dia, não muito longe, ver esta terra livre das calamidades sociais proporcionados pelo actual Executivo que finge governar de forma equitativa o país de todos nós.

 

 Modesta a parte, dentre estas organizações (Fundação 27 de Maio, etc.) que, sabiamente, apoio também se encontra a UNITA de Muangai, com os seus militantes (todos eles, invejavelmente, inteligentes de topo à base) – que uns contribuíram com as próprias vidas, e outros a juventudes – para que num futuro não distante, esta instituição conseguiu-se proporcionar, justamente, o que todos os angolanos almejam. A PAZ SOCIAL.


 Não é preciso ser mestre de adivinha, ou mesmo “nganga”, para chegar à conclusão que, a UNITA do saudoso Jonas Savimbi, grande ti papá kota Savimbi, (como instituição) só é, e será ainda mais, forte quando todos seus membros decidirem, finalmente, trabalhar “juntinhos da silva” – sem olhar de forma afixada pelo o poder ou cargo – para atingir o seu fito que, desnecessariamente, levou para as valas comuns milhares de angolanos. Inclusivo dos seus incontestáveis líderes fundadores. 

 

 Também, não vale aqui, e agora, taparmos o sol com a peneira, e dizer que a UNITA só poderá ganhar as próximas eleições gerais se for dirigido – que até ontem ainda pensava – pelo meu admirável amigo, general Paulo Lukamba Gato (que tanto desejo ver-lhe a dirigir esta grande organização), ou mesmo por Abel Chivucuvucu (que pretende, a qualquer custo, ser presidente de tudo e de todos).
 


Mas sim, a UNITA só tem a chance de ganhar as eleições que se avizinham, ou pelo menos voltar a ser o que era, antes das legislativas de 2008, quando estes – juntos com os seus miúdos do grupo de Refilões – decidirem voltar, verdadeiramente, a defender o que defendiam antes do fim da guerra nas matas.

 

 Pois, retirar-se das longas fileiras da UNITA e fundar um novo partidéco igualzinho aos que andam por ai – como pensam os outros fazerem – além de ser politicamente humilhante, só criaria uma pequena rupturazinha no seio deste maior partido na oposição. A título de exemplo esta a EPAL que, por mais que alguns populares atrasados coloquem barreiras nas suas condutas, a água perfura sempre nas torneiras de algumas residências.

 

 Todos aqui sabem que está brincadeira de partidozinho elitista não terá pernas para andar, porque mais de 80% da população angolana são analfabetos. Também porque o governo diabólico do MPLA não quer saber de quadros, nem gizes para este país. Logo, ficariam sozinhos, ou talvez, seriam obrigados a contratarem alguns cidadãos chineses – já que agora está moda – para encherem as fileiras do vosso imaginário partido.    

 

 Serenamente, ainda penso, sem ofensas, que Abel Chivucuvucu devia mandar os seus miúdos, e doutores licenciados na mediocridade, – que pensam que pensam –, irem pagar as suas quotas já que a realização do tão esperado congresso está prevista entre os meses de Novembro ou Dezembro.


 Bem haja a sabia capacidade intelectual de Isaías Samakuva de anunciar a sua recandidatura; bem haja a UNITA (partido dos injustiçados, dos sem vozes); bem haja o meu amigo general Lukamba Gato que tenho a plena certeza de que não irá se compactuar com a burrice de se candidatar neste congresso para a presidência da UNITA; bem haja Abel Chivucuvucu que se tentar concorrer irá ser novamente ser derrotado.


 Éna, perdão, quase me esquecia de perguntar a você que está a ler este texto. Como se chama mesmo aquele grupinho de imberbes? De grupo de “Refilões” ou de “Reflexão”? Quem me ajuda a responder?