Luanda - O jornalista Ismael Mateus admitiu hoje, em Luanda, a existência em Angola de “alguns casos de promiscuidade entre a política e o jornalismo", consubstanciadas no fornecimento e obtenção de informações sensacionalistas.
 
 
Fonte: Angop

 
Ismael Mateus falava à Angop sobre o recente escândalo que abalou a sociedade britânica na sequência de denúncias sobre escutas telefónicas ilegais, protagonizadas por jornalistas do tablóide “News of the World”.
 
 
 
O também analista político, que não forneceu dados ou implicados em acções de promiscuidade, em Angola, disse que este comportamento viola a ética e a deontologia profissional do jornalista, considerando ser necessário encontrar uma saída para evitar situações idênticas a que ocorreu na Grã-Bretanha.
 
 
 
"Isso é uma vergonha. Nós também podemos viver situações idênticas se não encontrarmos uma saída", disse o também docente universitário, a propósito do escândalo da Grã-Bretanha.
 
 
 
O jornalista referiu que a actual dinâmica, a pressão do mercado, a concorrência e a ânsia de vender concorrem para este tipo de jornalismo.   
 
 
 
Ismael Mateus considerou benéfico o facto do pacote legislativo da comunicação social, actualmente em debate, contemplar algumas regras para regulamentar este tipo de casos, que considera de imoral e perigoso para a sociedade.
 
 
 
A fonte reconheceu que a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) ainda não encontrou solução para esse tipo de situações, pelo que continua “difícil evitar que alguém pague um polícia ou político para obter informações”.