Lisboa -  O Presidente José Eduardo dos Santos  deverá exonerar o governador de Luanda, José Maria dos Santos Ferraz em despacho (a ser assinado esta sexta-feira, 5).  José Maria Ferraz, foi a pouco tempo  informado que “já não é o  governador de Luanda”.  Em seu lugar, o PR tem em mente indicar  uma Comissão de Gestão chefiada pelo vice-governador de Luanda, Graciano Domingos.


Fonte: Club-k.net

Governador que menos tempo durou no posto

Em causa do inesperado afastamento  esta a venda “não autorizada”  de  um terreno ao qual foi usado de forma “abusada” o nome do Ministro de Estado  e Chefe da Casa  Civil, Carlos Maria Feijó como condescendente.  O terreno, em causa, estava, nas estimativas da agenda presidencial reservado para um projecto imobiliário  para a empresa  Israelita, Esciendo cujo do  dono é  Tahib, empresário com “boas relações”  ao palácio presidencial.


A dado momento em que José Maria dos Santos foi alertado para reverter a situação, os serviços de  segurança  notaram  que os  endereços e terminais de telefones apresentados como sendo de Carlos Feijó eram falsos.  Veio igualmente a ser saber que  o próprio governador provincial estava metido no “negocio” envolvendo  uma empresa imobiliária angolana,  a  Jatália apresentada como ligada ao jurista Lazarino Poulson.


Ao aperceber que meteu-se  em problemas, o governador de Luanda tentou jogar influência junto dos familiares do PR, mas já era tarde, porque  o assunto foi a Procuradoria Geral da República e  Lazarino Poulson  fora chamado para depor.

 

Desiludido  com a situação, Carlos Feijó  teria admitido a intenção de  uma acção judicial pela utilização do seu nome, mas figuras políticas que acompanharam o assunto  aconselharam-lhe a não fazer.  No gabinete presidencial chegaram a considerar que a punição do PR, em afastá-lo a frente dos destinos da cidade de Luanda, “já era suficiente” .

 

Consta igualmente que a Presidência da República  já havia registrado outros antecedentes envolvendo o governador José Maria dos Santos desde que tomou posse e que contribuíram para a “firme” decisão de JES em demiti-lo.


A saber:


-  Terrenos que  cedeu a  Lazarino  Poulson, via Jatália,aproveitando-se do facto desse jurista ter uma procuração  passada há muito tempo pelo PR para tratar um assunto pontual.


- Compra do terreno da escola 8, vendida aos chineses da China Jiangsu Internacional e o cine Loanda. O PR mandou-lhe anular a decisão que já tinha inclusive direito de superfície.


-  Descobrimento segundo ao qual o largo defronte ao Hotel Presidente estaria na lista de venda a ser efectuada pelo mesmo.


De acordo com dados com conhecimento da situação, JES teria se exaltado “mais” pelo facto de o mesmo ter envolvido a cunha de membros da “família presidencial”. O PR, de acordo com figuras  que privam com ele não gosta que dirigentes  usem os seus parentes para jogos de influencia.