Luanda - É preciso saber fazer a leitura da história. Foram os países norte de África que ajudaram os países do Sul de Sahara de libertarem do jugo-colonial, depois das suas independências. Hoje, volvidos cerca de 50 anos, as ditaduras que os pais da independência instituíram nos seus países, os seus povos dizem basta a corrupção, basta a injustiça com os seus males que acarreta e os que substimam este processo revolucionário.

 

Fonte: Club-k.net

Enganam os outros porque se desconhecessem as consequências, não teriam organizado a marcha de medo, não teriam enviado suas famílias para o exterior, não teriam preso a juventude que pretendiam fazer apenas vigia – rogando a Deus para ajudar a pensarem nos seus irmãos ou semelhantes como seus iguais – como manda a Constituição em vigor.

 

Para os pastores das várias denominações religiosas vai um apelo: em nome de Deus, demitissem dos cargos que ocupam para não continuarem arrastar as ovelhas do Senhor ao abismo, em vosso favor. Chega de hipocrisia e façam só aquilo que a Bíblia vos recomenda: defender os fracos.

 

Dizer aos membros que o melhor lugar para se viver é só nos céus é enganar o próximo, porque os homens despossuídos são tentados pela inveja e ambição e este binómio, a Bíblia condena. Se condena então o pobre, o miserável e outros pertencentes a esta categoria, infelizmente, social e na nossa sociedade, constitui a maioria.


Quem vive privações de vária ordem e humilhações, não espera outro inferno, senão este aonde por orgulho e ambição dos homens lhes fora inserido. Façam aquilo que Jesus fez para libertação dos fracos e dos despossuídos, entregou-se à morte.


Deixam de enganar as pessoas. Enquanto à noite estão com aqueles que empobrecem os seus irmãos ou semelhantes. Deus é amor e não pactua com os homens de mal. Quem assim o procede, a melhor coisa que pode fazer é deixar a igreja e, seguir o que mais gosta: dinheiro. Haja vergonha e coerência, Angola tem que sorrir para todos seus filhos.

 

Só com sentimento patriótico – despidos de camisolas dos partidos e munidos de ideias partilhadas – é possível trazermos o pão de cada dia para cada mesa de todos angolanos. O que os políticos mais sabem é a intriga, calunia que é o binómio que mais divide os homens, porque já é sobejamente sabido que os políticos não gostam de união, de ideias partilhadas e de diversidades de pensamentos. Estes dois binómios constituem o pecado mortal dos políticos – embora existe excepção – que é uma fatiazita de indivíduos comprados.

 

As estradas construídas e reconstruídas seu tapete desaparece depois de duas chuvas normais como é o caso da Estrada Nova que parte do Bairro Popular em direcção ao hospital Sanatório, e outras espalhadas por Angola afora. Pontes também conhecem o mesmo destino, assim como edifícios de âmbito público. Ninguém presta contas e ninguém penaliza ninguém, embora as normais e as leis – para regulamentar o funcionamento dos órgãos do Estado e outros colaterais – abundam.

 

A sobre facturação fala mais alto que as próprias leis. Os legisladores não exercem nenhum poder, só legislam e não as controlam, porque este poder fiscalizador lhe fora retirado ou melhor não fazem esforços para reganhá-lo, se de facto lhe fora usurpado por outro órgão que não é o de direito.


Legislar e não acompanhar a implementação é no mínimo uma brincadeira que nem as crianças lhes agradam. Tudo isso, porque temem de perder benesses que não é verdade, porque o salário e outras regalias estão instituídos e ninguém pode retirar este direito.


Ameaçar levar um homem para o tribunal só porque fez greve de fome – direito adquirido e plasmado na Constituição – e deixar um homem que declara conflito, batendo naqueles que ousaram se manifestar é sentir-se dono do país. E o resto é lixo.


Ainda vamos a tempo mudar de atitudes, porque muitos que assim procedem, aprenderam-na na idade aducia ou na velhice.


*Activista dos Direitos Humanos e vice-presidente da Fundação 27 de Maio.