Benguela - Isaías Samakuva presidente do maior partido na oposição em Angola (UNITA), disse em Benguela que, os deputados do MPLA recorrem ao parlamento para incentivarem a discriminação tribal em Angola.


Fonte: VOA


O político que falava durante um comício realizado no município do Lobito, afirmou haver falta de sentido de Estado por parte das autoridades angolanas que permitem que tais actos aconteçam.

 

“Esta semana ficamos tristes por ter sido  na Assembleia Nacional que vieram palavras de discriminação tribal,” disse Samakuva.

 

“A unidade nacional tem que ser uma prática no nosso dia, dia. A unidade resulta do comportamento de cada cidadão,” disse o dirigente partidário, para quem “ o processo de reconciliação nacional em Angola passa pelo respeito das diferenças étnicas de cada povo”.

 

Samakuva respondia assim a acusações de tribalismo feitas contra a UNITA no parlamento por deputados da maioria do MPLA. Essas acusações foram feitas após os deputados da UNITA terem abandonado a sala do parlamento em protesto contra a nova lei eleitoral a ser debatida.

 

Samakuva disse que a carência de sentido de estado tambem é visível tanto na atitude dos dirigentes governamentais que, segundo disse, agridem sistemáticamente a constituição, como nos programas do governo "em que marginalizam politico-socialmente a maioria dos angolanos, abrindo caminho para as graves violações dos direitos fundamentais dos cidadãos".

 

“ Nós estamos a ver a falta de sentido de Estado da parte ateé daqueles que estão no governo e até dos seus programas," afirmou o dirigente partidário, sublinhando que, “ onde há sentido de Estado há o reconhecimento de que governar é servir o povo.”

 

“ Onde há sentido de Estado as pessoas não olham para camisola do seu partido, mas sim para o Estado e para o povo na sua totalidade,” acrescentou.

 

No seu discurso de boas vindas, Vitorino Nhany, secretário provincial da UNITA, deplorou o comportamento dos deputados do MPLA, acrescentando que tal procedimento trouxe á superfície de que o partido no poder “ tem ainda um longo percurso de aprendizagem e precisa receber lições de que Angola é um país plural com uma diversidade étnica, racial, linguística e cultural".


Nhany manifestou a sua solidariedade pela postura da sua bancada parlamentar em abandonar a última sessão do parlamento e não votar na resolução da Assembleia Nacional sobre o pacote eleitoral.