Luanda - O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) condenou hoje em Luanda o acto de agressão de que foram vítimas, no sábado, jornalistas que faziam a cobertura de uma manifestação organizada por um grupo de jovens contra o Presidente angolano.


Fonte: Publico


Em declarações, a secretária-geral do SJA, Luísa Rogério, disse que o sindicato “observa com muita preocupação a situação”, considerando que “o cenário está cada vez mais perigoso para o exercício da profissão”.

 

A manifestação realizada no sábado por um grupo de jovens com o objectivo de pedir a “destituição do Presidente José Eduardo dos Santos”, foi programada para ter lugar no Largo da Independência, mas o alegado rapto de um dos membros do grupo, horas antes do início do ato, levou à alteração do que estava previsto.

 

Face à situação, os manifestantes resolveram dirigir-se ao Palácio da Presidência da República, tendo a iniciativa sido impedida pela polícia, o que gerou um tumulto.

 

Na sequência, várias pessoas ficaram feridas, outras foram detidas e alguns jornalistas agredidos. Um comunicado da Polícia Nacional revelava a detenção de 24 pessoas, o ferimento de três agentes da polícia e de outros três manifestantes.

 

A agressão física aos jornalistas, dois operadores de câmara da RTP África, e a destruição das câmaras, bem como do correspondente da Voz da América, também despojado dos seus equipamentos de trabalho, foi alegadamente praticada por cidadãos que se encontravam à civil e sem identificação, quando tentavam impedir os jornalistas de realizarem o seu trabalho.

 

De acordo com Luísa Rogério, o SJA vai exigir explicações da polícia no sentido de se apurar quem são os protagonistas da referida acção. “Nós pedimos à Polícia Nacional protecção para o desempenho do nosso trabalho, porque era uma manifestação legal e os jornalistas estão lá apenas com o interesse de cobrir o ato”, disse Luísa Rogério, lamentando que os jornalistas sejam confundidos com os protagonistas da manifestação.