Lisboa – O julgamento dos estudantes que se manifestaram no passado sábado em Luanda,  estava marcado para 10h da manha desta terça-feira tendo  iniciado apenas as 13h. Por falta de elementos que constituísse  a acusação  a plenária foi adiada para Quinta-feira (8).


Fonte: Club-k.net


Segue, entretanto ,  a cronologia dos acontecimentos:


- Cerca  de 21 detidos são levados desde as 6h da manha no tribunal da Maianga. Os mesmos encontravam-se sujos e  trajados com as camisolas de que foram detidos com dizeres  “32 anos chega, Liberdade ou Morte”.

 

 -  Continuam a aguardar  pelo  inicio do  julgamento, desde as 9 horas da manha. Os argüidos estão apinhados e sentados no chão. A sala apenas tem 36 lugares e, para além dos argüidos, há entre 12 a 14 polícias que farão a acusação. 


- Alguns arguidos têm sinais claros de espancamentos com braços e cabeças partidas revelando agressões na hora da detenção e tortura na prisão. José Mário da Silva, mordido por cão Polícia, não teve acesso a tratamento, nem vacinado.


- Os advogados esperam, desde as 10 horas da manhã, com mais algumas pessoas, pelo julgamento dos jovens.  Asseguram a defesa, os advogados Luis do Nascimento, David Mendes e William Tonet. António Ventura, da  Associação Justiça Paz e Democracia, está presente na qualidade de observador da União Africana.


- Centenas de familiares, que foram impedidos de falar com os arguidos manifestam-se diante das instalações com palavras de ordem de liberdade para os detidos, sob forte ameaça policial, inclusive com cães de guarda.


-  Os jornalistas presentes encontram-se com dificuldades de espaço, não podem usar câmara fotográfica, nem de filmar. A sala não oferece condições para um julgamento condigno e o juiz aguarda por pequenos ajustamentos para dar início a sessão.

 

- Várias organizações da sociedade civil  emitem  um comunicado  declarando  a sua  posição sobre a agressão e detenção dos manifestantes.


- Inicio da audiência quando eram 12h38. Ao longo da secção o jurado anunciou que estava afastada  a hipótese de julgarem os jovens por  qualquer ligado a manifestação  de sábado mas por agressão corporal.


-  A defesa questionou quem eram os ofendidos e quem eram os agressores.


- O policia nacional que fez a acusação, alegou que os três policias que foram vitimas dos manifestantes estavam a caminho.


-  Face a incapacidade de resposta, o  presidium deu por encerrado aquela secção, quando eram 15h30  para dar continuidade na Quinta-feira.