Luanda -  O julgamento teve início quarta-feira, após uma audiência preliminar na véspera onde, pela primeira vez, os advogados de defesa tomaram conhecimento das acusações contra os arguidos e respectiva fundamentação.


Fonte: VOA
 
 
Está em curso o julgamento de 25 manifestantes detidos quinta-feira, da semana passada, em Luanda.

 


O julgamento teve início quarta-feira, após uma audiência preliminar na véspera onde, pela primeira vez, os advogados de defesa tomaram conhecimento das acusações contra os arguidos e respectiva fundamentação.

 

O julgamento decorre sem a presença de jornalistas que, no julgamento anterior, testemunharam um processo gerido pelo juíz com alguma dificuldade.

 

William Tonet e outros dois advogados da capital assumiram a defesa dos arguidos, detidos junto ao Tribunal de Polícia de Luanda, no passado dia 8, quando protestavam contra o julgamento de 21 pessoas presas durante a manifestação de 3 de Setembro. Dezoito desses arguidos foram condenados a penas entre os três meses e os 45 dias de prisão. Os advogados recorreram da sentença.

 

Um dos arguidos do julgamento em curso é Mfruka Muzemba, líder da JURA - braço juvenil da UNITA - preso quando tirava fotografias, na via pública, aos protestos do dia 8 e à resposta policial aos mesmos.

 

Mfuka Muzemba disse que se encontrava no local "em solidariedade" para com os detidos e para seguir "a mascarada de julgamento" dos 21 jovens que, no 3 de Setembro, protestavam contra o Presidente José Eduardo dos Santos.

 

A UNITA receia que o regime aproveite a presença de Muzemba no local para a responsabilizar pelas manifestações deste mês, como tentou fazer noutras ocasiões, nomeadamente nos dias que antecederam os protestos de 7 de Março passado.


O partido do Galo Negro insurgiu-se contra a detenção de Muzemba e dos outros manifestantes. E disse, publicamente, não ter qualquer papel ou responsabilidade na organização das manifestações que, no entanto, considera legítimas e legais.