Excelentíssimo Senhor Ministro do Interior
            Sebastião Martins
                  
                                                               
Melhores cumprimentos!
Sr. Ministro!


É com bastante apreensão que acompanhamos os pronunciamentos desconcertados, intriguistas e anti-patrióticos sobre as Manifestações que ocorrem um pouco por todo País querendo atribuir-lhes a impressão digital a JURA.


A JURA, Juventude Unida Revolucionaria de Angola, é uma Organização que não mereceria o desrespeito e tratamento  por vossa parte, pois os Membros da JURA de Cabinda ao Cunene têm idade compreendida entre 18 a 35 anos. Mas mesmo na condição de vossos filhos, o vosso comportamento leva-nos a responder os pronunciamentos baratos proferidos pelo senhor, para que se habitue a tratar das questões de Angola com mais serenidade, responsabilidade e espírito de missão em prol do Angolano na Terra do seu nascimento.

 

É nossa convicção, de que o senhor desconhece o seu verdadeiro papel e por isso aconselhamos que ao tratar das questões delicadas de Angola, seja com mais seriedade, porque o Senhor devia estar ao serviço de Angola e não de um indivíduo como se o País fosse vossa propriedade privada. O nosso compromisso com a Paz e Democracia é inquestionável,  inabalável e a nossa persistência em prol da causa já foi  posta a prova varias vezes e acreditamos que sejam quais forem as adversidades que tivermos de enfrentar não soçobraremos e a nossa causa há de triunfar. É preciso evitar as humilhações que são origem das contradições, pós os homens passam e o País ficará para sempre, porque nada é eterno. Por isso mesmo o senhor devia fazer uma leitura cuidadosa dos tempos para não perder a carruagem da mudança que marcha célere rumo à uma estação segura.

 

É preciso saber que aquela Juventude de ontem fanatizada por vos hoje pensa diferentemente e por isso já não bate palmas, enquanto a gestão do erário público não for transparente e extensivo a todas camadas sociais ávidas de um lugar ao sol.


As reivindicações ou manifestações devem ser tidas com toda naturalidade, pois a Lei magna de Angola consagra-as como direitos fundamentais do Cidadão.


A JURA entende que os Ministros devem estar ao serviço do Povo e nós não estamos isentos deste povo que clama por mais oportunidades. Seja qual for o destino de Angola a UNITA, contará na gestão de Angola com todos seus filhos, extirpando do seu seio a teoria da criação dos Comités de especialidades que tem deixado de lado a meritocracia em detrimento da partidocracia o que tem travado em grande medida o desenvolvimento sustentado e harmonioso.


Não podemos admitir que em plena fase de Paz, continuemos a morrer, torturados, perseguidos e humilhados na nossa própria Terra. Sabemos que tudo que tem o princípio tem o seu fim. Seria bom e de todo salutar se o senhor enveredasse por uma conduta igual a de outros Ministros que são humildes e bons patriotas. O senhor não precisa de bajular ou lamber as botas diante de sua Excelência o Engº, o Camarada, Arquitecto, pois, se ele o quiser demitir ou exonerar falo-a sem contemplações. Por isso há bajulações que escondem a incompetências e encobrem os erros.


Mantenha por favor a sua posição como Ministro, porque nós precisaremos dos vossos préstimos quando nos manifestarmos caso o MPLA aprove uma Comissão Eleitoral do estilo do senhor José Eduardo dos Santos.


Para a JURA, não há batalhas politicas perdidas para aqueles que têm uma causa a defender, mas só há pelejas a travar, pois na luta contra a tendência neo-colonialista, a prisão representa não só um acto de coragem como também de patriotismo.


Finalmente, lembramos ao senhor que “não há nenhuma arma no Mundo capaz de fazer calar para sempre a vontade de um povo”. Dr. Savimbi.


Até lá! Avante a nossa Revolução Agora.
Luanda, 15 de Setembro de 11
 
A Comissão Permanente do Comité Nacional