Malanje -  Mais de uma centena de professores aceites no concurso público realizado em 2008, manifestaram-se defronte das instalações da Direcção Provincial da Educação, Ciência e Tecnologia de Malanje.


Fonte: VOA


Fizeram-no pela segunda vez este ano e exigiam o enquadramento imediato e a inserção nos aplicativos salariais prometidos pela entidade patronal desde os últimos três anos.


Manuel Cambongo afirmou que há artimanhas por parte dos órgãos competentes para o desfecho do caso:

 

“Em Maio do mesmo ano foram reconhecidos os nossos documentos a partir do Ministério das Finanças, colocaram aí as listas, uns até estavam de fora, quase todos nós aqui presentes estamos inseridos dentro desta folha do Ministério das Finanças. Desde então, desde aquela data, depois houve aquele caso da crise económica, devem aguardar, devem aguardar e fomos aguardando, em 2010 aguardamos. Desde 2008, em 2010 aparece outro concurso, antes até do concurso o próprio Director da Educação o senhor Domingos João, ele foi até a Rádio Malanje a pedir que os concorrentes de 2008, os que foram aptos, esses não podem mais concorrer”.

 

Uma fonte contactada pela VOA garantiu que a solução do problema dos professores admitidos no concurso público de 2008 não depende da Direcção Provincial da Educação, nem da Secretaria do Governo de Boaventura da Silva Cardoso, o Ministério das Finanças tem a última palavra a dizer.


A fonte aconselha os manifestantes a aguardarem pacientemente pelo desfecho êxitoso do processo, porquanto o executivo será obrigado a exercer a autoridade para dispersar os manifestantes.

 

O estudante universitário e candidato do concurso do referido ano, Filipe João Socola veio a terreiro afirmar que o não enquadramento dos jovens na função público constitui um dos motivos para a propagação das ascendentes manifestações públicas em todo país:

 

“Há uma enorme confusão, os candidatos de 2008 prometeram-nos que dia 30 de Setembro dar-nos-iam guia e o nosso dinheiro e até agora”.

 

Os manifestantes afirmaram que os membros do partido no poder em Angola e do governo não devem atribuir culpas aos partidos da oposição, como possíveis manipuladores das manifestações, porquanto é missão dos opositores fiscalizar as acções do partido vencedor dos pleitos eleitorais em Angola.

 

O presidente do Tribunal de Contas, Julião António, reconheceu em Junho último, que Malanje é uma das províncias do país onde o trabalho de base para a validação de processos de admissão à função pública tem sido mal feito.