Brasil - Recentemente lemos neste portal, um fato novo o Presidente da UNITA, Dr. Isaías Samakuva, fez algumas revelações inéditas sobre a ocorrência de fraudes nas eleições de 1992 e 2008.


Fonte: Club-k.net


Desde então fui solicitado por alguns internautas a dar um respaldo técnico sobre esta questão, resolvi faze-ló e se segue na integra:

 

 A realização de eleições esta intrinsecamente ligada, a manipulação ou computação de dados automaticamente ou manualmente numa base de dados para posterior contagem, no caso das eleições de 1992 desenvolveu-se um sistema gerenciador ou informático que visava o gerenciamento destes dados. Mas o que se entende por base de dados?


Banco de dados (ou base de dados), é um conjunto de registros dispostos em estrutura regular que possibilita a reorganização dos mesmos e produção de informação. Um banco de dados normalmente agrupa registros utilizáveis para um mesmo fim.


Um banco de dados é usualmente mantido e acessado por meio de um software conhecido como Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD). Um Sistema de Gestão de Bases de Dados, (SGBD) não é nada mais do que um conjunto de programas que permitem armazenar, modificar e extrair informação de um banco de dados.

 

Há muitos tipos diferentes de SGBD. Desde pequenos sistemas que funcionam em computadores pessoais a sistemas enormes que estão associados a mainframes. Um Sistema de Gestão de Base de Dados implica a criação e manutenção de bases de dados, elimina a necessidade de especificação de definição de dados, age como interface entre os programas de aplicação e os ficheiros de dados físicos e separa as visões lógica e de concepção dos dados. Assim sendo, são basicamente três as componentes de um SGBD:


1. Linguagem de definição de dados (especifica conteúdos, estrutura a base de dados e define os elementos de dados);


2. Linguagem de manipulação de dados (para poder alterar os dados na base);


3. Dicionário de dados (guarde definições de elementos de dados e respectivas características – descreve os dados, quem os acede, etc.


 Logo no caso das denucias feitas pelo Presidente Samakuva pode se verificar segundo o conceito de base de dados que,  a base de dados “MESAS” que continham os código e localização das mesas de votos registradas e a base de dados “V4000” que continham as primeiras 4232 mesas de voto registradas, poderiam ser facilmente manipuldados e modificados  pela equipe técnica de informática atrávez de um sistema gerenciador.


 Vale ressaltar  que pelo que apuramos segundo informações contidas no site:

http://www.uan-angola.org/joaoteta/, este sistema  gerenciador ou sistema informatico foi cabalmente  desenvolvido e implementado originalmente por uma equipa técnica de informática Coordenado pelo Engº João Teta entre Agosto e Setembro de 1992 para contagem de votos nas eleições presidencias e Multipartidarias daquele ano.


Logo é facilmente conclusivo  que as pessoas envolvidas no desenvolvimento e implementação do sistema informático de contagem de votos, poderiam determinar, caso quizessem quem seria o vencedor das eleições sem o minimo esforço possivel, o que fica implicito suas escolhas depois das declarações do Presidente Samakuva. 


Por outro lado os arquivos de extensão .prg , são arquivos criados pelo Visual FoxPro que  é uma linguagem de programação desenvolvida pela Microsoft que é usado para fazer e gerenciar os componentes de banco de dados e programas, isso permite que um programador possa implementar  um algoritmo ( sequência ordenada e sem ambiguidade de passos que visam atingir um objetivo bem definido e, consequentemente, levam à solução de um problema) , que podesse favorecer qualquer candidato que desejasse, dando apenas a possibilidade do operador atribuir os valores pre-determinados pelo algoritmo ora programado.


Já a extensão .dbf,  é o formato usado para descrever ficheiros de base de dados usados originalmente pelo programa dBase, criado pela dataBased Intelligence, Inc. Este formato é actualmente usado por muitos outros programas de base de dados, é importante realçar que seus dados são facilmente manipulados, porque não indexam ou não gera relatórios quando seu programa é compilado, o que da a chance de alterar os  dados diversas vezes sem qualquer precedente.


Em fim poderíamos abordar vários aspectos de ordem técnicas no caso especifico das eleições de 1992 em detrimento dos programas e dos algoritmos usados, mas mesmo não tendo acesso aos algoritmos por detrás da programação, é fácil concluir que os seus criadores poderiam decidir as eleições a dedos e Clicks, caso quisessem.


Agora como fazer uma eleição usando tecnologias modernas, sem que se recorra a algoritmos fraudulentos ou quais os mecanismos os partidos da oposição devem usar para sua contenção?

A segunda parte deste tema responderá essa questão. 


Engº Pedro Lourenço