Toronto - A última intervenção do Presidente angolano foi acima de tudo numérico, partidário e ao mesmo tempo com um timbre de pré-campanha eleitoral. Em síntese nada em concreto foi mencionado que beneficiará a classe desfavorecida. A saber: Energia eléctrica segundo o presidente “praticamente resolvidos” apenas em 2017”. Sobre a água potável o presidente não “especificou” uma data concreta para a resolução desta necessidade.

 

Fonte: Club-k.net

 

Pacote “Angola 2025” pariu as “atípicas”

De forma precisa, enumerarei três pontos/problemas que mas tem afectado a sociedade excluída: Modelo Atípico, Energia e Águas e Urbanismo e Habitação

Um dos aspectos peculiares do esperadíssimo discurso do Chefe de Estado sobre o Estado da Nação é que os programas políticos/económicos/sociais até agora executado e a serem executados por este governo estam incluídos no denominado pacote “Angola 2025” , elaborado pelo MPLA em Luanda em Maio de 2008.  Um dos controversos “rebentos” deste pacote que surpreendeu a população em geral foi a implementação do modelo “Atípico”.


1 - Portanto, o Presidente não disse literariamente que o modelo “Atípico” estava incluído no programa “Angola 2025” elaborado em 2008.

 Dentre as várias ambições nacionais do MPLA de JES apresentadas em 2008, residia na extinção dos “poços” de água e dos “geradores” respectivamente em menos de 4 anos.

 Hoje foi revelado pelo presidente que segundo o programa “Angola 2025”, a saga energia esta delineado para 2017 como real data para a sua resolução. Quer com isto dizer que o programa sobre energia esta inserido nas linhas mestras de acção do MPLA para as eleições de 2017. Como disse no lead deste artigo o presidente não especificou uma data concreta para a extinção dos “poços/cacimbas” nos quintais ou o uso das famosas cisternas.


2 - Portanto, quanto a Energia e Águas, o presidente nunca disse que a população teria que esperar a sua materialização apenas no terceiro mandato (2017-2022)

Em termos estatísticos sobre a educação o líder de Angola enumerou: Em 2010, o total de alunos matriculados no sistema de ensino não universitário foi de 668.358 na iniciação e de 4.273.006 no ensino primário (dez vezes mais do que no último ano do período colonial!). No que diz respeito a saúde concluiu: Aumentou significativamente o número de centros de aconselhamento e testagem do VIH, que passou de oito em 2003 para 547 em 2010. Também os centros de prevenção da transmissão vertical do vírus passaram de 3 em 2004 para 200 em 2010, e os centros de tratamento com anti-retrovirais em adultos e crianças passaram de 3 em 2004 para 133 em 2010.


3 - Portanto, sobre educação e saúde, uma vez mas o presidente não disse que estes dois sectores não só foram foram açambarcados pelo “ricos” como não obedecem um currículo “standard” aprovado pelo ministério da Educação ou da Saúde respectivamente. A título de exemplo, os “ricos” e governantes não frequentam (escolas & hospitais) em Angola porque estas instituições não providenciam serviços básicos aceitáveis. Consequentemente os filhos dos “ricos” inclusive o ensino básico ou para tratar um mal-estar durante a refeição embarcam para as “colonias”.

E para terminar com esta brevíssima análise, falarei sobre Urbanismo e Habitação. O estadista angolano disse “que visam satisfazer as necessidades no domínio da habitação social e de média renda”.  Disse ainda que “num total de 350.091 fogos de diferentes tipologias, dos quais 210.024 da responsabilidade do Estado. A população a alojar está estimada em 2 milhões, 100 mil e 546 habitantes.”


4 - Portanto, nesta área - Urbanismo e Habitação -, o presidente não disse que acima de 85%  da população tem como salário mínimo abaixo de 100 dólares por mês e que as casas a venda não beneficiará a camada mas carente mas sim o “mesmo” grupo do top, tendo em conta que a maioria não estará qualificada para serem gratificados crédito acima de 300 mil dólares

Conclusão

Vale ressaltar que o discurso do presidente não apresentou dados e pontos credíveis que justifiquem a criação de uma sociedade sustentável em Angola a curto, médio ou mesmo a longo prazo:

• Não basta afirmar que “Vão surgir e estão a surgir pessoas ricas”. É importante especificar quem são estas pessoas, como conseguiram acumular tanta riqueza e se estes bens foram adquiridos ilegalmente serão penalizados segundo as leis em vigor;

• Não basta desvendar que o governo esta a executar projectos inseridos no pacote “Angola 2025”. O presidente angolano também não pormenorizou sobre os demais projectos existentes nesta caixinha mágica na qual pariu as “Atípicas”;

• Não basta mencionar constantemente que houve guerra civil. A que justificar o que aconteceu com os acordos do Alvor;

• Não basta falar que existem hoje mas estudantes universitários relativamente ao período colonial. É imperioso justificar se as reais causas que os levou a lutar contra o colonialismo estam a ser concretizados na sua totalidade;

• Não basta afirmar que existem eleições e que somos um estado democrático, tem que justificar que num estado verdadeiramente democrático o poder legislativo, executivo e judicial não é controlado pelo líder da nação;

• Não basta afirmar que a economia esta estável. Tem que justificar publicamente as cláusulas (juros, pagamentos.....) inseridas nas linhas de crédito (China... e outros países);

Enfim, um discurso vividamente “atípico”, partidário e reflexo de um projecto denominado - “Angola 2025” -, elaborado pelo MPLA em Luanda em Maio de 2008, segundo a dissertação do presidente da República.