A tolerância de ponto decretada pelo Governo, permitiu aos militantes e simpatizantes dos partidos políticos afluírem em massa aos locais escolhidos para o encerramento das campanhas.

Nota de realce é a forma ordeira como decorreu a campanha, embora haja denúncias de pequenos incidentes aqui e acolá, envolvendo militantes dos dois maiores partidos políticos, o MPLA e a UNITA, que entretanto não mancham o processo.

Em muitas zonas de Luanda, como na Praça da Independência e em algumas ruas da cidade, pode ver-se bandeiras dos dois maiores partidos colocadas paralelamente, sem que, aparentemente isso incomodasse quem quer que seja, o que demonstra uma certa maturidade dos angolanos.

Cidadãos ouvidos pela Voz da América manifestam-se orgulhosos pela forma como decorreu a campanha.

«Democracia é isso mesmo. É a convivência na diferença. As mágoas da guerra começam a ficar para atrás. O que os angolanos querem agora é o desenvolvimento do país e isso passa pelo aprofundamento da democracia», afirmou um jovem de 28 anos quando o abordamos sobre o assunto.

Um outro jovem afirma que os angolanos estão a dar um exemplo de civismo ao continente.

«De princípio havia alguns receios, tendo em conta o que aconteceu em 1992. Agora penso que já não há razões para receios e vamos dar um exemplo em África.»

Os angolanos vão às urnas na sexta-feira, observando-se amanhã uma jornada de reflexão, não podendo os partidos realizar qualquer actividade política. Mais de oito milhões de cidadãos estão registados para estas eleições.

Fonte: VOA