Brasil - “Somos todos arrogantes e ignorantes”!  Talvez  seja a sentença que tenta tirar das cavernas   milhares de angolanos: uns porque viram no poder (estando lá), equivocadamente, “virtudes”  que lhes distanciasse daqueles, que por ordem natural e social,  possam se considerar humildes e simples; outros, na sua caminhada, em busca de ambições, não tão diferentes dos primeiro, fazem da razão um instrumento de  quinta categoria, que se não fosse assim, não se igualariam aos primeiros.


Fonte: www.blogdonelodecarvalho.blogspot.com

Arrogâncias extrapolam os valores democráticos

Angola não é só minha Pátria. É também a minha dor, a minha tristeza  e até mesmo a minha infelicidade. Diante de tudo isso, sou convidado a lutar com todos os meus recursos e métodos, sou convidado a oferecer o que melhor tenho de mim. Para ser sincero, não só pelos outros, mas, também,  por mim mesmo!  Afinal, além de uma Pátria como a nossa, quem é que não quer poder ter um jardim bonito e ver nele as flores a atraírem  as diferentes formas de vidas, as mais delicadas e súteis possíveis. Quem é que não quer em vez de dor, relaxar  de maneira prazerosa e sentir a própria vida, igualmente, descansando e relaxando sobre si. Quem é que em vez de tristeza, não opta  pela  alegria. Mas não a  alegria do sujeito oportunista ou de sua mulher insensível, que ajuda ao mesmo a desviar os recursos do orçamento público destinado para as nossas escolas e hospitais? Com o pretexto irracional de que  “eu combati  e por isso esta é a minha parte”.


Quem é que não quer ser feliz? E vai  a  busca dela, a felicidade. Às vezes, cometendo a grosseria e os erros que vemos  por aí. E o pior, agindo como um covarde diante das situações sem saídas ( ou sem beco). Na verdade, por incrível que pareça, sempre existe uma saída: a saída da não arrogância, o que pode, sim, nos tornar mais sábios e inteligentes.
 

É baseado nesta vaidade ilimitada que se tornou fenômeno patológico  entre aqueles que ostentam o poder  numa Angola arrasada pela miséria, pelas  guerras  e pela  falta de cultura, que estamos aqui para nos perguntarmos. Existe um escritor nesse país que não é arrogante e ignorante? Existe um professor, um mestre nos céus de Angola que se livre desta doença? Veja bem que eu disse “desta”. Estou tão próximo dela!? Tem algum general, do MPLA,  Ministro do Governo de Angola que não possa se considerar arrogante e ignorante?


Um belo texto de Noelma  Viegas d’Abreu ( com suas falhas, é claro!), publicado no Club-k, fala de forma abrangente sobre este mal que é  a arrogância, o ponto em que muitos de nós nos encontramos ( a uma boa distância), e que torna impossível enxergarmos, às vezes, a realidade nua e crua, até da nossa própria existência, quase sempre em perigo.  Um ponto ( ou posição) defendido a ferro e fogo de maneira egocêntrica.


Quem sabe o ex-General, aposentado ou na reserva,  Kamalata Numa;  e, também, o  agora,  nosso atual Presidente Sombra (Isaias SamaKuva), possam concluir que suas arrogâncias extrapolam os valores democráticos, que por algum motivo, sempre, fingem defender. Aquele exagero na arrogância  torna nulo qualquer ato de sabedoria e cega nossos “democratas” arruaceiros. Isso não é bom para a Democracia e nem para a Paz.


Fala-se muito da arrogância dos homens do poder: generais e políticos. Porque não falarmos, por exemplo, também, -como já disse- da arrogância dos nossos escritores. Estes que quase sempre se sentem na pele dos que tudo sabem e podem ou devem contestar. E  se for político e escritor, Deus nos acuda! Transformando, como não podia deixar de ser, suas contestações num bando de tontos e até mesmo desqualificados para falarem  do que mais odeiam. Já não se trata de falar ( ou não)  sobre o que menos sabem. É precisamente o que mais eles rejeitam e odeiam.


Um exemplo, dizer que Agostinho Neto  é um produto medíocre quando se trata de poesia, é  reflexo de um ódio ( e arrogância predatória) que apresenta de maneira holográfica a imagem dum sujeito pateta, arrogante e ignorante,  ou é rejeição ao conhecimento (por qualquer motivo até mesmo “canibalismo”), que pode nos tornar cada vez mais ignorantes  e como consequência arrogantes. É só você escolher:  A mesa (a refeição) está à disposição!