Luanda - O Jornalista angolano, Ricardo de Mello, foi assassinado na baixa de Luanda na madrugada do dia 18 de Janeiro de 1995 à porta de se sua casa com uma bala silenciosa e certeira, que, entretanto, não conseguiu atingir o alvo maior que era (e continua a ser) a liberdade de imprensa em Angola que deve ao RM e ao seu pioneiro Imparcial Fax as primeiras e mais corajosas pedras colocadas nos alicerces de uma construção que se mantém demasiado frágil e que todos os dias é (re)edificada com um prognóstico que ainda está longe de ser definitivamente o mais favorável, quando não é mesmo contraditório, com algumas práticas que se verificam sobretudo ao nível da comunicação social governamental que tarda em ser pública.


Fonte: Morrodamaianga.blogspot.com


O Ricardo foi-se aos 40 anos (mais ou menos). Provavelmente o seu assassino (executor) também já terá morrido. Mas os mandantes continuam por aí..."O Imparcial fax adopta como linha de acção fundamental a denúncia dos atropelos dos Direitos Humanos, da corrupção considerada como o maior entrave ao desenvolvimento do país, bem como a crítica isenta e sistemática em relação aos poderes constituídos, institucionais ou privados"- assim estava redigido o ponto 4 do seu Estatuto Editorial.

 

O ponto 7 do mesmo documento do histórico Imparcial Fax referia o seguinte: "Os jornalistas do Imparcial fax não poderão aceitar cargos governamentais, em partidos ou organizações de natureza política, nem desempenhar outro tipo de funções que possam comprometer a independência do jornal e do próprio jornalista." O Imparcial Fax foi durante cerca de um ano (1994/95) o único concorrente diário que o Jornal de Angola teve, depois do encerramento em 1976 do vespertino Diário de Luanda, igualmente por razões políticas.