COMUNICADO

AMC - Amplo Movimento de Cidadãos


Luanda -  O Amplo Movimento de Cidadãos “AMC”, face à actual situação político-económica e social que o país atravessa, não pode deixar de manifestar a sua profunda preocupação perante as incoerências manifestas em sucessivas decisões políticas, económicas, judiciais e administrativas.


À parte as inverosímeis facilidades acordadas a certos investidores estrangeiros, passando pela criação de zonas empresariais em locais sem condições de rentabilização dos investimentos (carências em fornecimento de água e energia, saneamento básico inexistente ou insuficiente), até chegarmos ao ponto de assistir às erecções de Centralidades que vão ficando vazias, vazias mesmo, passados que já lá vão uns 7 meses após a sua inauguração, o que mais se tem visto no país relaciona-se com uma série de ilegalidades cometidas por órgãos que deveriam ser os guardiões da justiça e da democracia participativa.

 

O exemplo mais recente foi a violação do regulamento do concurso para a eleição do Presidente da Comissão Nacional Eleitoral, que permitiu a um dos candidatos, de facto, candidata, ser eleita sem sequer apresentar os requisitos pedidos para a sua inscrição no mesmo.

 

Com efeito, a jurista Suzana António Inglês, nomeada presidente da CNE, é advogada, inscrita na Ordem dos Advogados de Angola, e não Magistrada Judicial em exercício de funções em qualquer órgão Judicial, como exige a sua admissão ao referido concurso. Mas foi eleita. Inconstitucionalmente. Pelo que urge reagir.

 

Todavia, o país não tem alguém credível, capaz de emprestar lustro a um processo tão sensível. Não podemos assistir impávidos a que as eleições, tão longe ainda da sua realização, decorram sob a suspeição da fraude, que a acontecer manchará não só os seus actores, mas todos os angolanos de boa fé, que se mantiverem em silêncio, sem nada fazer.

 

Os partidos políticos tradicionais, com assento parlamentar, assistem serenos, à procissão das violações dos códigos constitucionais, que a todos vão descredibilizar no futuro, fruto de acordos financeiros secretos. Portanto, repetimos, urge reagir.

 

Os políticos de boa-fé, os intelectuais, os partidos e organizações da sociedade civil, os religiosos ao serviço dos mais carentes e outros activistas civis, têm de saber ler os sinais dos tempos e tudo fazer para evitar convulsões no futuro, principalmente quando no presente a bússola está desajustada

 

Por tais razões, o AMC conclama a todos os intelectuais independentes, aos nacionalistas e a todas as organizações políticas, sociais e religiosas que se juntem numa grande coligação, tendente à formação de uma Terceira Via, para credibilização do espectro político, ao invés de continuarmos a navegar em frágeis tipóias partidocratas.

 

O país precisa de unidade e de uma nova esperança e ela é possível ainda nos próximos tempos, com a certeza de ter um norte e acreditar que nem tudo repousa no mundo das trevas.

 

O AMC acredita que as situações de Cabinda, das Lundas, dos Gambos e dos Khoisan, têm solução se houver bom senso e espírito patriótico das partes, afastando-se as imposições baseadas na força.

 

Por tudo isso, o AMC espera pois que as forças vivas, comprometidas verdadeiramente com a Cidadania, Liberdades, Distribuição Equitativa da Riqueza Nacional e Justiça Social se unam e possam erguer uma nova bandeira da esperança, para o processo eleitoral de 2012, criando uma Ampla Frente Unida Para a Mudança em torno de todos aqueles que se decidam a investir na Liberdade e na Democracia.


Por um País Plural

Vamos Pensar Angola

 

Luanda, 26 de Janeiro de 2012


O Secretário Executivo do AMC

 

William Tonet