Luanda -  Uma avaliação, em meios  do circulo presidencial considerou a recente reunião  que o Presidente da República teve com os empresários angolanos como uma das mais frontais  ocorridas nas hostes do  partido no poder.  O debate foi marcado com acesas intervenções de conhecidos  empresarios  que   apresentaram queixas contra   ministros e governadores  por  inviabilizarem  seus projectos e de concorrerem com eles.


Fonte: Club-k.net

Reunião com os empresários marcada por fortes acusações

As queixas foram feitas na presença das pessoas  visitas no momento em que  os empresários foram solicitados a apresentar as suas preocupações e dificuldades ao Presidente José Eduardo dos Santos.


Henriques Miguel “Riquinho”, tido como um o empresário que mais   frontal foi  na reunião, iniciou a sua intervenção dizendo  ao Presidente  que todos que estavam naquela sala (integrada igualmente por ministros, políticos) eram  empresários e que desafiava   alguém (em referencia ao  Ministro)  que não  era ao mesmo tempo empresário. “Riquinho” disse ainda  ao Presidente que as empresas (dos  ministros) eram as principais concorrentes dos empresários que estavam na sua condição.


Por seu turno, o Presidente da República, reagiu dizendo que  “Riquinho”  era um dos empresários que mais recebeu dinheiro do  Estado angolano. Riquinho, por sua vez,  reconheceu  os reparos e admitiu  alguns  erros que lhe são  apontados.
 

Outra  intervenção  registrada foi  a do empresário  Bartolomeu Dias que queixou-se  de ter  encomendado  fardas  para a  policia Nacional, ao tempo do Ministro Roberto Leal “Ngongo” e que até ao momento não lhe pagam. Fez saber que   como resposta aquela instituição governamental alega que os seus gastos não estavam cabimentado. 

 

Bartolomeu Dias falou ainda do caso de um terreno seu na província de  Benguela que lhe foi confiscado pelas autoridades locais. Quando o Presidente da República  perguntou  o destino que terão dado ao seu terreno, o  empresário   respondeu que o governador provincial Armando da Cruz Neto ofereceu ao Ministro dos Desportos, Gonçalves Muanduma.  Outra queixa idêntica em torno da governação de Benguela partiu de  um  o empresário da Huila, Luis Nunes.

 

Ainda sobre as províncias, uma   outra queixa recaiu em torno do executivo de Faustino Muteka, no Huambo. A reclamação  partiu de   Lidia Amões, herdeira e  filha mais velha do malogrado Valentim   Amões. A jovem gestora  reclamou ao Presidente que  o Grupo empresarial que dirige tem estado a fazer investimentos na província mas  não tem sido assistidos pelo executivo local. Lembrou que o ultimo apoio que tiveram das autoridades foi apenas na véspera do funeral do seu malogrado pai, líder fundador do Grupo Valentim   Amões (GVA).

 

Um  empresário de Malange que naquela província lidera uma associação de camponeses  queixou-se ao Presidente  que  tem tentado a já  muito   tempo  uma audiência com o PCA do Banco Poupança  e Credito (BPC), Paixão Júnior  mas sem sucesso.  Em reação,  José Eduardo dos Santos orientou  Paixão Júnior   que também esteve presente na  sala da reunião,  a se reunir com o empresário logo após ao intervalo do debate que calhou na hora do almoço.


A reunião dos empresários foi uma iniciativa do MPLA. Iniciou  das 10h até as 18h da tarde do dia 19 de Janeiro, no futungo de belas e foi conduzida  pelo próprio Presidente da República, sem  no entanto ter  interrompido ou cortado as intervenções dos queixosos. Mediante ao que foi escutando,  José Eduardo dos Santos,  assumiu que “alguma coisa esta mal”.


Para além de empresários, com destaque para duas filhas suas, Isabel e Tchizé dos Santos, estiveram presentes na reunião, membros do Bureau  Político do MPLA, Ministros e governadores províncias que vieram acompanhado por delegações das suas respectivas localidades de trabalho.