Lisboa  -  O governador de Cabinda, Mawete João Batista, foi ostensivamente apupado no principal estádio local de futebol, Chiazi, por ocasião de um jogo particular de futebol, 14.Dez.2011, entre Angola e os Camarões. O episódio teve lugar quando, ao chegar à tribuna, acenou à assistência num acto de saudação.


Fonte: africamonitor.net


A par de outros acontecimentos semelhantes no passado, o facto foi interpretado como “afloramento” de sentimentos de descontentamento e/ou rebeldia identificados na população do território, por razões corporizadas no governador como representante de um poder politicamente malquisto e ao qual o marasmo notado no território é atribuído.


O governador, fisicamente mais ausente que presente, por supostas razões de saúde, não denota, porém, embaraço e/ou ou temor face à reputação notoriamente negativa que concitou na população. É-lhe atribuída a expressão “tudo o que faço é do conhecimento do Presidente”.


Mawete J Batista foi nomeado governador de Cabinda em 2010. É apontado como próximo de José Eduardo dos Santos. Também o descrevem como desprovido de qualificações e com pendor “autoritário”, mas “muito zeloso” na aplicação de medidas e políticas do regime para que é instruído.


O atraso e outras distorções que a realidade económico-social de Cabinda de facto apresenta em comparação com a de outras províncias de Angola, com implicações nas condições de vida da população, decorre de uma política, delineada com o fim de anuviar o ambiente e assim justificar pressão social e política.


A desconfiança em relação à lealdade da população de Cabinda, que as autoridades denotam na formulação/aplicação das suas políticas para o território, é alimentada por percepções segundo as quais a referida população apresenta especificidades culturais, históricas, geográficas e outras, que lhe conferem uma identidade própria.