Luanda. - Seu requinte físico se rufava numa bravura implacável, sua táctica militar numa resistência imensurável, talvez, quiçá, coloca – lo à dispor de uma comparação longe de ser humana, similar ao rugir de leões indomável, similar a um ente com austral sobrenatural, cuja dimensão da força e da coragem somente arcanjos possuem.

Fonte: Club-k.net

A bravura de um grande soldado não se mede pela sua capacidade de sobrevivência em frente de combate, se mede pela sua capacidade de resistência face às hostes inimigas mesmo que esteja em causa a própria vida, uma vida que se perde em frente de combate, é uma lenda que nasce em prol da humanidade.


A bravura, era a marca preferida de Simione, um autêntico soldado heróico, firme e corajoso como ninguém, que resistiu de forma inexorável face as multidões inimigas até as últimas gotas de sangue que se viam derramar de seu corpo em frente de combate.


Simione, Simione, Simione, gritavam as suas tropas, numa marcha firme, numa fileira indiana de autêntica resistência, armas nas mãos, cartucheiras rodeadas ao corpo todo, simbolizavam a bravura, a marca de um verdadeiro guerreiro. Simione, Simione, Simione, Simione, Simione, contigo aqui no Kuito ninguém nos tira, “gritavam os soldados”, pátria ou morte venceremos!”


O colosso militar Simione, parece – nos, aqui, como uma grande lenda guerreira dos meandros de Atenas, da Grécia antiga, lá onde Aquiles da Macedónia e Alexandre o grande, fizeram histórias que transpuseram épocas e séculos, a pólvora, era seu alento preferido. General Simione, conhecia os contornos da estratégia militar como ninguém, que deixava as Forças de Jonas Savimbi sem eira, nem beira, colocados à dispersão como uma canoa sem remo pelo oceano fora, como um pássaro que sem asas quer voar.


A maior lenda militar entre os angolanos, tombava em combate, em frente de seus soldados, sempre corajoso como no início, sua afoiteza não desfaleceu, mesmo ter sentido o penetrar da bala no seu corpo, permanecia bravo e com alento, desperto, que não parava de movimentar tropas independentemente das circunstâncias tenebrosas que caracterizavam aquele acidente mortífero face a uma intensa batalha porque marcava aquela época guerreira, mesmo vendo que sua vida estava entre a espada e a parede, fazia continuada a valentia que sempre determinou sua evidência no plano militar.


Dizendo: “Os grandes soldados nunca morrem, somente mudam de mundo e seu legado permanece imortal”.


Assim aconteceu com esse grande general que foi imortalizado na pátria ontem, hoje e amanhã, sobre sucessões de gerações.


Assim, acabava de tombar uma das mais nobres estrelas no plano militar angolano, aos 23 de Outubro de 1999, numa manhã tenebrosa, acusada de ser maldita e traiçoeira que mata heróis em épocas inapropriadas.


A vida nos ensinou que existem homens estrelas, pessoas estas que nasceram para cumprir missões impossíveis. Simione, era o exemplo acabado da eleita franja da humanidade que somente tem razão de existir vivendo em permanente desafio no cumprimento do dever. Como se a morte tivesse o condão de se transformar num ritual a ser implacavelmente seguido.


Nos momentos, em que a época parecia negra e pérfida, a resistência que se fazia permanente na cidade do Kuito, era como uma luz de esperança para milhares de Angolanos que viviam em baixo da peleja de Cabinda ao Cunene.


Kuito, a Sarajevo africano não cairá nunca! Pátria ou morte, venceremos!
Simione, transmitia uma inabalável imagem de força e coragem que fazia dele um dos mais emblemático e respeitado militar do exército angolano.


Obreiro da paz, sua alma permanece intacta e viva entre milhares de admiradores. General Simione Mukune, o descendente da Tribo Mandume (Cunene) caracterizada pela força, audácia e coragem, sempre presente nas linhas mais perigosas e mortíferas, um verdadeiro leão invencível, cuja chama de seu heroísmo acender – se – á sobre sucessões de gerações, numa amplitude que nem a traça, nem a água, nem o vento, nem a ferrugem consomem.


General Simione, que Deus o tenha e a terra o seja leva!

Os heróis nunca morrem somente mudam de mundo!