As três figuras convocaram hoje uma conferência de imprensa para anunciarem aquilo que consideram "uma solução coerente para a saída da crise".

Segundo Carlinhos Zassala, o desfecho da crise passa por uma reunião dos órgãos centrais do partido, que deverá ser convocado nos próximos dias, por Lucas Ngonda.

Zassala precisou que será o Comité Central que deverá eleger a direcção provisória que vai conduzir o partido até à eleições legislativas, anunciadas para Setembro próximo. O dirigente da FNLA acrescentou que esta decisão surge na sequência da recusa do diálogo interno alegadamente manifestada por Ngola Kabangu, apesar das tentativas efectuadas nesse sentido.

«Nós endereçamos várias correspondências ao irmãos Ngola Kabangu no sentido de nos encontrarmos visando a solução da crise, mas ele tem se recusado em participar no projecto de unidade do partido. E na base dos estatutos que saíram do congresso de 2004, nós autorizamos o irmão Lucas Ngonda, na qualidade de primeiro vice-presidente, no sentido de convocar os órgãos centrais, isto é o Bureau Político e o Comité Central. Será o Comité Central que vai indicar a direcção provisória que vai orientar os destinos da FNLA até às eleições legislativas».

Para Carlinhos Zassala, e baseando-se no quadro institucional do partido saído do congresso de 2004, neste momento a FNLA está sem presidente.

«Neste momento o partido não tem presidente e nos termos estatutários, até à realização da reunião do Comité Central, o primeiro vice-presidente vai começar a orientar o processo preparatório desta reunião. No dia 5 de Novembro, o Tribunal Supremo foi bem claro ao afirmar que todos os congressos não abrangentes, realizados após o congresso de 2004, não serão reconhecidos pelo Tribunal Supremo. O Tribunal ilegalizou o congresso convocado por Luca Ngonda porque, nos termos estatutários, como o presidente ainda estava em vida, ele como primeiro vice-presidente não tinha competência para tal. Na mesma lógica, Ngola Kabangu como segundo vice-presidente, não pode convocar um congresso enquanto o primeiro vice-presidente não estiver impossibilitado de o fazer. Por isso o Tribunal também vai ilegalizar este congresso».

Em Maço último, o Tribunal Supremo impugnou o congresso realizado há dois anos por Lucas Ngonda, em resposta a uma solicitação apresentada por Ngola Kabangu, estando também a analisar o pedido de impugnação do congresso de Novembro, apresentado por Carlinhos Zassala.

O Tribunal chegou mesmo a admitir que os partidos com problemas internos, como a FNLA e o PRS, podem não participar nas eleições legislativas.

Fonte: VOA