Luanda - Em Angola, a indústria de petróleo e diamantes pode estar a sentir os efeitos da crise económica global, mas o espírito empresarial parece estar melhor que nunca.
Um estudo em 43 países, conclui que Angola é dos países com maior iniciativa, onde um em cada quatro adultos está envolvido em novas empresas e onde há a maior percentagem de mulheres empresárias.
O estudo Monitorização da actividade empresarial global das universidades americanas de Babson e da Faculdade de Economia em Londres, é dos maiores do género do mundo e tenta estabelecer a ligação entre crescimento económico e a actividade empresarial.
Angola, Egipto e África do Sul foram os únicos países africanos incluídos no estudo, que abrangeu países na Europa, América e Ásia.
A análise em Angola foi feita em parceria com a Sociedade Portuguesa de Inovação, SPI, e o país surge com um alto nível de actividade empresarial e o mais alto em África.
Desemprego
O Professor Augusto Medino, presidente da SPI, disse à BBC que ser empresário em Angola é bem visto, e enriquecer através do negócio também. Mas adiantou que a actividade empresarial surge devido à falta de empregos.
"Penso que que a taxa emprendedora é muito alta porque há um empreendedorismo de necessidade. Isso é típico dos países que estão naquele nível de actividade económica caracterizada pela importância dos factores de produção", dizia Augusto Medino.
O documento apresentado em Luanda na quarta-feira, também refere que um quinto das iniciativas empresariais falham num período de um ano, a mais alta percentagem de insucesso nos países estudados.
Os autores do relatório recomendam que Angola faça mais para apoiar as pequenas empresas, para fortalecer o sector privado. Apela ainda à formação em gestão nas escolas e ao acesso ao crédito bancário.
O Presidente da Comissão Executiva do Banco de Fomento de Angola, Emídio Pinheiro, recebeu estas recomendações com agrado e acrescentou que é essencial que a economia angolana desenvolva estruturas mais fortes.
"Nos últimos tempos o que temos observado é que a economia está cada vez mais formalisada. A maior parte das pessoas que vemos na rua a comprar e a vender, já tem a sua conta bancária, já fazem pagamentos por cheque. ou por transferência."
Emidio Pinheiro do Banco de Fomento de Angola falava a propósito do lançamento do estudo de Monitorização da Actividade Empresarial global, que conclui que a actividade empresarial angolana é das mais saudáveis do mundo, especialmente em relação às mulheres.
Fonte: BBC