Luanda - O respeito por mim deve-se à minha maneira de ser, à humildade com que trato toda a gente, em Luanda e nas zonas suburbanas. Sou muito sensível aos jovens que me pedem ajuda para resolver problemas de doença ou relacionados com os estudos. Há pessoas que querem semear confusão e dizem que tenho de expor a proveniência do meu dinheiro. Mas a popularidade de que desfruto vem do desporto. Sempre ganhei dinheiro, e quem beneficia é a minha família e as minhas empresas, diz Bento Kangamba.


Fonte: CM

Como explica as manifestações em Luanda, no ano passado, e as comparações com as revoltas no Norte de África?
É má-fé fazer essa comparação. Houve melhorias no Norte de África? Desde que acabou a guerra, construíram-se infra--estruturas e Angola é hoje um país de imigrantes, que chegam até de países desenvolvidos.


E as críticas sobre ditadura e falta de liberdade em Angola?
Não é quem vive em Portugal desde 1975 que vai julgar a situação em Angola. Alguns oportunistas querem aproveitar-se das redes sociais, na internet, para lançar confusão. Mas só quem vive em Luanda, Huambo, Benguela e outras províncias é que pode julgar o presidente Eduardo dos Santos. É um homem com bom coração. Por exemplo, quando a guerra acabou, militares de outros partidos foram integrados nas Forças Armadas. Que outro presidente em África faria tal coisa? É respeitado pelos generais, pelo seu trabalho e porque também é um combatente como eles. Sem ele, Angola estaria ao deus-dará. n


Como viu as críticas do presidente do Parlamento Europeu ao pedido português de mais investimento angolano?
Angola tem de ajudar Portugal, e a Europa não pode ter ciúmes de Angola. Todos sabem que Angola, o Brasil e a China são as economias emergentes e a ajuda à Europa para vencer a crise tem de passar por aí. Ninguém vai prejudicar as relações entre Angola e Portugal, países irmãos.


E que papel pode jogar Angola na resolução dessa crise?
A Sonangol investiu muito em Portugal, e o mesmo sucedeu com outras empresas. Muitos angolanos tentam investir em Portugal, país onde se sentem bem. Angola pode ajudar Portugal a sair da crise, mas, em minha opinião, é necessária maior agilização dos bancos portugueses nos mecanismos de funcionamento. Há muita burocracia, que entrava as transferências e outras operações bancárias.


PERFIL

Bento dos Santos kangamba nasceu há 46 anos no Moxico, é general de carreira e empresário na área dos diamantes, do petróleo e da construção. É presidente do clube de futebol Kabuscorp, que contratou Rivaldo.