Lisboa – No seguimento de pronunciamentos atacando a UNITA,  a Secretária-Geral Adjunta  da ala juvenil deste partido,  a economista e docente universitária,  Navita Ngolo  endereçou  uma carta aberta ao deputado do MPLA, João Pinto, em que ao   chamar-lhe a  razão respeitante a  sua conduta,   revela que o mesmo estudou a custa do seu  partido, ao tempo de  Jonas Savimbi. 

 
Fonte: Club-k.net

Carta Aberta ao deputado do MPLA

De: Navita Ngolo para o jovem Deputado Dr. João Pinto
Caro compatriota:


Escrevo-lhe esta carta como sua mandante para manifestar a minha profunda preocupação - e creio de uma boa parte da  sociedade -  pelos seus pronunciamentos públicos e pela postura que tem assumido em defesa do regime que oprime os angolanos e promove a corrupção da fibra social da Nação.


Como Deputado, o senhor jurou defender a Constituição, mas, ao invés de defendê-la, ataca-a violentamente. O senhor recebeu de mim um mandato, para promover a justiça e para representar-me na fiscalização do Executivo. O senhor traíu o mandato que lhe conferi, porque promove todos os dias o desvalor da injustiça. Ao invés de representar condignamente os angolanos todos, o senhor tem mostrado ser um defensor do regime que pisa a Constituição e  viola sistematicamente os direitos e liberdades do soberano de Angola, todos os dias.


Escrevo a si em particular porque, pelo que sei, o senhor foi da UNITA e estudou à custa da UNITA. Agora ataca visceralmente a UNITA, esquecendo-se, por vezes, que a UNITA é um conjunto de pessoas, é parte integrante da entidade colectiva que lhe conferiu o mandato de Deputado e a quem o senhor tem de servir. Por outro lado, eu sou da UNITA e achei necessário informar as pessoas um pouco da sua história pessoal.

 

Muitos de nós, jovens, o consideramos parte integrante do trio dos  defensores do templo da ilegalidade, corrupção, bajulação, cabritismo, nepotismo, servilismo, chauvinismo, vícios, promiscuidade e candonga, que à luz do espírito de convivência na diversidade política, não tem pergaminhos positivos, para a construção da nossa querida e portentosa pátria. A pátria de Mutu-ya-Kevela, Mandume, Ekuikui, Njinga,  Muachiava e outros que por ela deram o melhor de si.


Todos os Angolanos, intelectuais ou não,  letrados e não letrados, precisam de agir com responsabilidade, mas também com coerência que se exige para não confundir os principais actores do processo, com agitação, insinuações e alarmismos que podem perigar o  andamento do processo Democrático ainda frágil no nosso país.


A coerência é a pedra de toque para todos dirigentes que se prezem e que queiram de facto servir Angola e os Angolanos.


Escrevo-lhe para dizer que o senhor está a ser incoerente quando, para defender o indefensável, o senhor recorrentemente maltrata emocionalmente a UNITA, de que o senhor já se serviu,  prejudicando os melhores e conseqüentes quadros deste país que dariam o melhor de si com o dinheiro que o senhor usufruiu, fruto da capacidade de inovação, criatividade e visão olistica, do Saudoso Presidente Fundador DR. Jonas Malheiro Savimbi.


O justo seria, primeiro, o senhor pronunciar-se e disvincular-se definitivamente do seu patrocinador de então, a UNITA, que lhe proporcionou boa parte do conhecimento que tanto exibe e mal aproveita, semeando confusão no seio dos Partidos e da sociedade em geral, prática peculiar daqueles que procuram agradar para adquirir uma projecção na vida, sacrificando os verdadeiros e conseqüentes militantes do MPLA.


 A nossa intenção não é  sacrificar os seus apetites, mas é tão somente para levar ao conhecimento público para saber com quem afinal estamos metidos e que futuro teremos com dirigentes incoerentes, oportunistas, imediatistas e subservientes, que não dignificam o serviço público numa (Res) publica.


Dr. Jõao Pinto! Os Partidos não se defendem cegamente. Há coisas visíveis que o senhor na qualidade de jurista sabe e muito bem que é ilegal, mas faz vista grossa só porque pretende  agradar o chefe que se quer perpetuar no poleiro.


O Senhor deve um pronunciamento à UNITA e à sociedade Angolana, explicando sem rodeios  as suas reais intenções que são as de semear a confusão, que constitui o embrião e  sustentáculo da dor e luto de que infelizmente temos a triste memória.


Está réplica é válida para o senhor Dr Jõao Pinto  e para todos os outros que, infelizmente, a coberto de “melhores militantes do MPLA” e de outros partidos, escondem os seus passados históricos(em surdina) e hoje parecem  verdadeiros defensores do templo e do poleiro.


Quanto a esses, se não mudarem de comportamentos e atitudes, estou decidida a denunciá-los e desmascará-los, pois a Pátria e o povo é que sustentam a minha intervenção política. Por isso não me calarei diante das artimanhas dos oportunistas e imediatistas!


Contra a Rendição Monteiro é nosso Exemplo;
Kafundanga – É o Exemplo a seguir.
A pátria não se discute;
A Pátria Defende-se;

Albertina Ngolo