Luanda - Angola é um país que trabalha duro para retratar a imagem certa no exterior. Como temos lido neste site, milhões de dólares estão sendo gastos em campanhas publicitárias na televisão. Realmente o governo Angolano não gosta quando a média estrangeira crítica ou aponta as suas falhas. Qualquer visita de alto nível para o país é sempre uma faca de dois gumes.


* Tradução de Jeremias Coca
Fonte: Allafrica

Numa mão eles vão receber o aval e subtilezas diplomáticas dos seus visitantes, o que eles podem usar para preencher o tempo de antena e centímetros de coluna dos meios de comunicação estatais. Mas ao mesmo tempo os meios de comunicação estrangeiras têm a oportunidade de destingir Angola virtual da verdadeira.


E assim, foi com a visita das Nações Unidas (ONU) o Secretário-geral Ban ki-Moon,obersevou-se  muitos apertos de mão fotografias e discursos açucarados, mas também alguns incómodos serão publicados nas manchetes das imprensas internacionais relativamente as alegações de abuso sexuais contra imigrantes congoleses e a pobreza chocante existente em Angola apesar do crescimento da sua economia.


Para alguns, a viajem de Ban Ki-moon para Angola confirmou a desconexão, como Angola quer ser vista, como e vista e a realidade vivida pela maioria do seu povo.


A primeira visita de Ban-Ki-moon  começou na manhã de segunda-feira com uma visita a uma unidade de saúde para lançar uma campanha contra a pólio. Angola, já havia erradicado a poliomielite, neste momento e um dos poucos países no mundo com a doença, graças ao mau funcionamento das redes sanitárias e fracas campanhas de vacinações. A Republica Democrática do Congo e outros países notam a propagação de pólio proveniente de Angola.

O Secretário-Geral elogiou Angola por ter fornecido cerca de 90 por cento dos custos da campanha contra a poliomielite, apesar do elogio ele deu entender que muito se podia fazer no que toca o fornecimento de água potável e criar um ambiente limpo. A situação da poliomielite aguda é constrangedor para Angola devido as sua causas (defecação a céu aberto e falta de água limpa potavel ) realmente não se encaixa com a imagem que o país quer retratar para o mundo, (projectos gramados e arranha-céus de vidro).


No dia 27 de Fevereiro era evidente que o governo estava preocupado com a imagem do bairro Viana. Existem relatos que o governo fez limpezas improvisadas no município de Viana mas como estavam insatisfeitos adiou-se a visita, deixando uma escola cheia de crianças à espera de um dignitário que nunca chegou (Ban-Kim-moon) . Alguns dirão que Angola real e hotel de cinco estrela que hospedava o Secretario Geral das Nações unidades onde não faltou água e não havia poeira.


Entretanto, a próxima visita foi ao ministério das relações exterior onde Ban-Kim-moon sentado e pacientemente, escutava o discurso de George Chicoty através do seu intérprete, um discurso não muito diferente do discurso que ele preferiu semanas antes para os líderes empresariais e políticos britânicos na Chatham House em Lodres, onde ele pintou um retrato de um país onde os observadores e poucos angolanos poderiam reconhecer. No entanto, Ban Ki-moon foi gracioso. Quando chegou a vez do visitante para falar, ele felicitou o Presidente José Eduardo Dos Santos pela estabilidade de Angola e os 10 anos de paz e todas as suas "conquistas impressionantes". Ele também elogiou a Comunidade de Desenvolvimento Sul Africano (SADC) e seu manuseio de Madagáscar - para os quais Angola, recebe o crédito como presidente, apesar da África do Sul conduzir o processo. Ban Ki-moon perguntou ao Chicoty quais eram as avaliações de Angola em relação as situações preocupantes na Suazilândia, Lesotho, Malawi e Zimbabwe e apontou que o presidente da SADC esta silencioso demais nos últimos 12 meses. Ao mesmo tempo,Ban Kim-moon pediu esclarecimentos das alegações de abusos contra imigrantes da Republica Democrática do Congo em Angola. Chicoty visivelmente irritado disse que  as alegações eram infundadas e que os imigrantes ilegais estavam em Angola para roubarem os diamantes. Era evidente que as notícias relacionadas com o maltrato dos imigrantes da DRC não foram escritas em jornais Angolanos vistas na(TPA)ou noticiada na (RNA), estes meios de comunicação sociais habituados a ignorar tudo, concentram-se em relatar como os visitantes gostam de Angola.


O mais absurdo da imprensa Angolana foi a visita de Ban Ki-moon para a Cidade de Kilamba, o projecto habitacional construídos pelos chinês onde as casas ditas acessíveis custam $ 200.000. a TPA apresentou imagens de Ban Ki-moon caminhando entre os prédios do Kilamba com escritas nos écrans que dizia que ele havia elogiado o projecto como sendo "sustentável" e o diário estatal, Jornal de Angola informou que ele brincou dizendo que os apartamentos eram mais baratos que no seu país natal, a Coréia do Sul. A Cidade de Kilamba não pode ser considerada cidades "sustentável". O  Pessoal da ONU que acompanhavam Ban Ki-moon estavam chocados e ofendidos com as insinuações constantes da imprensa estatal. A Cidade de Kilamba esta a bilhões de quilómetros para estar entre as cidades "sustentável", os preços de vendas não podem ser considerados acessíveis em muitos países do mundo incluindo a Corea do Sul.


As Relacoes entre  Angola  e as Nações Unidas  foram sempre complicadas. A visita de Ban Kin-moon era uma oportunidade para Angola melhorar as relações com as Nações Unidas. Infelizmente este não foi o caso, as relações tornaram-se mais azedíssimas que antes.


Antes do Secretario – Geral entrar no seu avião, apelou ao governo para reduzir a pobreza e criar “o espaço político necessário” para todos os intervenientes na corrida eleitoral. A visita do Ban Ki-Moon foi uma prenda para o governo, porque a maioria dos angolanos não tem acesso a internet não falam inglês a língua preferencial das médias internacionais. A maioria dos angolanos observou Ben Kim-moo através das imagens e narrativa destorcida da média estatal. Entretanto se as contradições em Angola continuarem o mundo não terá uma percepção diferente de Angola mesmo com os gastos absurdos que  o governo fazem para mostrar uma Angola que não existe.


Contactei o regime ( Ministerio das Relacoes Exterior, jornal de Angola,TPA,RNA) para desmentirem ou confirmam o conteúdo do artigo infelizmente, não tive nenhuma resposta.