Benguela  -  Repressão violenta à manifestação de 10 de Março em Luanda chega ao parlamento angolano nos próximos dias. A proposta da  UNITA foi anunciada este fim de semana por Abílio Kamalata “ Numa”, deputado e membro da comissão política permanente do maior Partido da oposição.


Fonte: VOA

 
O político angolano citou num comício no Cubal, em Benguela, o nome do ministro do Interior, Sebastião Martins, como o principal alvo da interpelação parlamentar.  Kamalata  Numa condenou a agressão a manifestantes e considerou o acto como a “ destruição das últimas pontes da reconciliação”.

O general Abílio Kamalata Numa disse em Benguela que as autoridades angolanas estão a destruir a última ponte da reconciliação nacional em Angola, ao reprimir violentamente manifestações pacíficas.


“Sempre estamos a alertar para que não destruam as últimas pontes que nos permitem a reconciliação nacional” apelou o general Numa, acrescentando que “ o dr. Filomeno merece respeito por aquilo que tem feito por este país. Não é criminoso; não é ladrão. É um patriota que luta para o povo angolano e não pode ser partido o braço dele por um tipo qualquer.”


Refira-se que acção policial subsidiada por uma alegada milícia resultaram em ferimentos grave e detenções de manifestantes nas províncias de Luanda e Benguela. O secretário-geral do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, levou um golpe profundo na cabeça e ficou com braço esquerdo fracturado em três sítios.


Segundo Numa, a repressão ocorrida no passado dia 10 do corrente foi efectuada por mercenários a mando do presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos. O dirigente partidário considera que os abusos efectuados pelo regime chegaram ao “limite do insuportável,” tendo apelado aos militantes do seu partido a recorrerem à desobediência civil, em defesa dos angolanos.


“Eles estão-nos a ensinar como nos vamos defender um dia. Eduardo dos Santos entenda isso, ele não vai partir os braços de todos e mais, quem tocar no angolano vai pagar.”


Abílio Kamalata Numa defendeu ainda a necessidade de reformas democráticas urgentes a fim de se mitigar um futuro conflito social no país.