Luanda – Foram notadas que as recentes declarações feitas em Cabo  Verde, pelo  ministro do interior, Sebastião Martins,  respeitante a atuação  conivente dos agentes da  Policia Nacional  com as milícias que atacaram os manifestantes no passado dia 10 de  Março entraram em contradição com a versão do Comando Provincial de Luanda da Policial Nacional.


Fonte: Club-k.net

Ministro do Interior  perde credibilidade

No passado dia 12, o porta-voz da policia em Luanda, Nestor Goubel, falou a agencia Lusa, tendo dito que a policia ficou a saber dos incidentes por intermédio de uma denuncia mas que não foram a tempo de presenciar o que aconteceu.   Por seu turno, o Ministro desmente a versão da policia confirmando que estiveram no presente tendo adiantado  que houve um ambiente que passou a expectativa dos mesmos.

 

A contradição do Ministro e do Porta-Voz, diferenciam por outro lado com a versão das testemunhas com destaque a senhora Ermelinda Freita que após ter sido espancada, presenciou a agressão contra o SG do BD, Filomeno Vieira Lopes. A mesma conta que chamou os policias e estes ficaram apenas a olhar.  O depoimento da senhora desmente tanto a versão de Sebastião Martins como a de Nestor Goubel.


Contradições
 

Nestor Goubel,  Porta-voz da Policia a agencia Lusa: “ A Polícia Nacional recebeu denúncias que no Cazenga estavam dois grupos diferentes a confrontar-se e presume-se que esses dois grupos têm filosofias diferentes. Uns apoiam as instituições do Estado democraticamente eleitas e outros contestam as autoridades", considerou acrescentando que “Quando os agentes da polícia chegaram ao Cazenga, já os confrontos tinham terminado, pelo que a Polícia Nacional vai continuar as investigações para apurar responsabilidades”.

Ministro Sebastião Martins, a agencia Lusa em Cabo-Verde:  “Houve uma atuação plena da polícia, houve efetivamente um ambiente que ultrapassou a nossa capacidade de responder a todos aqueles que esperavam uma atuação a contento. Mas houve o cuidado da polícia, no momento certo, de dar a atenção necessária a todos os cidadãos e, por isso, não houve passividade da polícia”


Ermelinda Freitas, dirigente do BD:  No dia 10/3 o que eu assisti foi o seguinte: “Juntamos-nos ao pé da Sistec, a espera que o Nelson Pestana  fosse recolher os feridos...começamos a ser marcados”...”O Filomeno disse para sairmos  dali, fomos então para o lado do Maculusso, perto do hospital militar, estivemos ali um bocado de tempo, comemos bolo, bebemos agua e sumo, e fica-mos um bocado a conversar, passaram policias de moto...de repente começamos a ser cercados por homens a civil armados com ferros, chicotes, até pistolas... o Filomeno telefonou para a comandante Bety. Quando nos preparavamos para sair dali eles atacam... a mim deitaram-me ao chão e pisaram -me como se fosse tapete, levantei-me com ajuda de 3 jovens "miudas" que iam a passar...o Filomeno volta para trás para ver como eu estava e disse-me vamos para casa do meu  irmão...então vieram 4 civis começaram a bater brutalmente no Filomeno...pararam 2 motos  com 4 policias eu fui a estrada e gritei socorro que aqueles homens vão nos matar... um deles olhou para mim com desprezo de alto a baixo, outro saiu da moto foi ao pé dos homens que batiam no Filomeno, um deles resmungou o policia voltou as costas e foi-se embora...estavam umas pessoas ao lado da cantina de um mamadu "tentou ajudar" e tambem apanhou, este mamadu. então esses Senhores gritavam prendam esses bandidos porque estas pessoas não estavam a fazer mal a ninguem. avançaram e eu fui para casa deles, deixei de ver o Filomeno.


Outra contradição prende-se ainda com a versão do porta-voz  Nestor Goubel, ao dizer que  “Quando os agentes da polícia chegaram ao Cazenga, já os confrontos tinham terminado, pelo que a Polícia Nacional vai continuar as investigações para apurar responsabilidades”.

O jornalista Correio Junior, do Angolense esteve no terreno e conta que a policia já la estava desde o inicio tendo a mesma lhe mandado parar alegando que não deveria  cobrir a atividade por se tratar de uma manifestação ilegal.


Correia Junior,  Jornalista, do Angolense aos ao 10 de Março  -  Olha este mesmo filme aconteceu comigo, quando saia de casa para fazer cobertura da manifestação, logo ao caminho recebi uma chamada anómina, depois de atender do outro lado, não tinha retorno ou seja apenas barulhos e no fundo algumas pessoas conversam. Já nas imediações do Coelho, bairro Estalagem, o incrível que pareça mesmo na faixa esquerda fomos obrigados a parar, algo que chamou atenção de muitos transeuntes e automobilistas, os agentes da polícia alegavam por se tratar de uma viatura roubada, sendo assim, tinhamos de acompanhar até a esquadra do conhecido controlo no Grafanil, sem entendermos nada. passados cerca de meia hora, um dos agentes veio e perguntou se senhor é jornalista e onde se dirigia naquele momento?, havido e sem rodeios "Vamos fazer cobertura da manifestação".  Não tardou assim respondeu o agente "Bom mais o senhor jornalista sabe que esta manifestação é ilegal e não pode merecer qualquer atenção da imprensa, porque aquilo é chantagem dos manifestantes, aqui no país vive-se melhor do que noutros país, isso é o que aconteceu na Líbia, hoje as pessoas têm saudades de Kadhaffi, nós não podemos aceitar isso disse o agente.

 

Simão Pascoal Hossi, no facebook, ao 10 de Março  -  Hoje a volta das 15 horas e poucos minutos passei pelo largo primeiro de Maio onde encontrei uma situação muito estranha, o largo esta cercado, e um dispositivo de policial muito grande que estava a controlar a zona e moradores, quando parei para atender o telefone de alguém que me ligou a partir do Reino Unido apareceu 3 senhores chamados Caenxes ou seja os grandes que são chamados de Apaizanas na qual pediram para que abrisse a minha mochila e eu perguntava o porque eles disseram-me que não tinha que perguntar somente tinha que obedecer, viram a minha mochila onde havia a maquina de filmar na qual eles não viram a mesma um policial que estava mesmo ao lado sem seque reagir a mesma situação, quando fui questionar ele simplesmente me diz que eles são apaizanas e que havia uma situação complicada na área ate superiores da policia estavam destacados.


Apreciações:  Os depoimentos  do Jornalista Correia Junior e de Simão Pascoal  desmentem a  Porta-Voz da Policia, Nestor Goubel  de que policia foi a ultima a chegar no local, e entra em contradição com as declarações do Ministro do Interior, Sebastião Martins. Por sua vez o ministro  é desmentido  pela senhora Ermelinda Freitas, mostrando que os agentes presenciaram o espancamento contra o político,  Filomeno Vieiras Lopes, e nada fizeram pelo que se verifica o papel cooperante das forças de Sebastião  Martins  com as milícias treinadas para combater  a juventude  que se manifesta nas ruas.