Benguela  - O Director Provincial do Urbanismo e Ambiente (DPUA) Zacarias Camuenho (ZC) está ser acusado de práticas que podem configurar em actos de corrupção através de favorecimentos a amigos e empresas alegadamente com participação no seu capital social, no processo gestão de cerca de 42 milhões de dólares para a construção de mil e quatrocentas casa em seis municípios da província de Benguela.


Fonte: AGORA


A  “bronca”  que já ferve nos corredores dos homens de negócios da construção civil tem a ver entre vários factores com a composição da comissão de urbanismo que esta a gerir o processo do concurso  público “milionário”.


Fontes do Agora asseguraram que para além de um representante das Finanças, Sinfo e das Obras Publicas, três técnicos portugueses liderados pelo Arquitecto Lobão e tidos como “homens” de ZC aparassem como os principais decisores do concurso público onde os indícios sobre a falta de transparência são evidentes.


A presença dos três técnicos portugueses na Comissão Provincial do Urbanismo, todos detentores de empresas de construção civil e de fiscalização e a exclusão inexplicável do chefe do Departamento de Urbanismo e outros técnicos nacionais da mesma DPUA está a ser encarada pelas mesmas fontes como um sinal da existência de um plano para favorecimento de empresas próximas com destaque para a Centenco que se lega ter participação financeira de ZC.


Num momento em que se assiste a invasão silenciosa de empresas portuguesas através do formato “empresas de direito angolano” os técnicos portugueses na Comissão Provincial de Urbanismo, são apontados segundo fontes do Agora como estando a fornecer informações de carácter estratégico sobre os vários projectos de urbanização em curso no país e na província em particular, aos grandes grupos empresariais portugueses ligados a construção civil, onde estes depois de as dominarem apresentam-se sempre em vantagens nos concursos públicos ou propondo grandes projectos ao executivo local sobretudo no ramo imobiliário, em detrimento dos nacionais.

 

Sem apresentarem provas palpáveis, os mesmos são descritos como estando a beneficiar de “chorudas” comissões por parte das grandes empresas “tugas” que vêm do ramo da construção e aquisição de terrenos valorizados para diversos fins para o ramo imobiliário um grande negócio.


As acusações na gestão danosa dos 42 milhões de dólares do programa nacional de urbanismo de Benguela por parte de ZC que vão subindo de tom estão ser justificadas também nas características e preço unitário das residências a construir.


Com cem metros quadrados cada as mesmas vão utilizar como cobertura chapas de luzalite de fabrico nacional proibidas internacionalmente por conterem amianto, substância provocadora de doenças cancerígenas e o seu preço unitário está fixado em 35 mil dólares, mas que poderá ser cobrado através de subfacturações á  50 mil dólares cada.

 

O Director Provincial do Urbanismo e Ambiente Zacarias Camuenho desmentiu em entrevista ao Agora todas as informações sobre a sua gestão no programa provincial de urbanismo que vai construir 200 residências em seis municípios da província de Benguela.

 

A presença dos três técnicos portuenses no PPU é justificada como tendo sido indicados por si por reconhecer nos mesmo capacidades profissionais confirmadas na matéria e que o  mercado local não oferece a mesma nata em matéria de quadros nacionais. ZC exemplificou ainda que técnicos nacionais (nãos especificados) que haviam sidos indicados para o mesmo pelouro foram afastados por não terem dado conta do recado.

 

O alegado monopólio dos “tugas” na comissão provincial de urbanismo não vai traduzir falta de transparência  porque na óptica de Zc a última decisão sobre os resultados do concurso público disse ser sua e a do vive governador da área de infra-estruturas.

 

A utilização de chapas de lusalite nas casas a construir no PPU, foram justificadas como tendo um baixo teor de amianto fora de provocar doenças cancerígenas e por serem mais resistentes que as que existem no mercado.


A base de licitação de cada residência fixada em 35 mil dólares, não serão subfacturadas para 50 mil dólares apesar de reconhecer a referida base como difícil para a gestão orçamental dos empreiteiros que virem a ganhar o referido concurso.