Ndalatando – A Escola Superior Pedagógica do Kwanza Norte (ESPKN) condicionou neste ano lectivo as inscrições de acesso ao quarto ano dos cursos de licenciatura a obtenção de uma nota igual ou superior a 14 valores como media do curso de bacharelato, disse, em Ndalatando, o seu director-geral, António Rocha Santana.


Fonte: Angop

henrique andr jnior cazengo economia.jpg - 24.72 KbAntónio Rocha Santana esclareceu que a medida, que está a gerar descontentamentos entre os estudantes abrangidos, figura num conjunto de acções que visam conformar o regime académico da instituição ao espírito que norteou a criação das Escolas Superiores Pedagógicas no país, que preconizava a implementação de cursos de formação superior em regimes bietápicos (cursos de licenciatura organizado em dois ciclos, conduzindo o primeiro ao grau de bacharel e o segundo ao grau de licenciado).


Segundo o responsável, a medida abrangeu 70 estudantes de um universo de 212 finalistas do ano académico 2011, dos sete cursos de bacharelatos ministrados na instituição que tiveram como média de fim de curso uma nota inferior a 14 valores.
Segundo António Rocha Santana, as escolas superiores foram criadas inicialmente para formar quadros superiores em duas etapas, sendo a primeira até ao nível de bacharel com um interregno mínimo de um ano em que o estudante deve regressar ao mercado de trabalho para ganhar competências e a segunda, ao nível de licenciatura, em regime terminal.


A Escola Superior Pedagógica, em princípio, não foi criada para ministrar cursos de licenciaturas directas, mas para formar quadros superiores intermédios para dar resposta a carência de quadros com que se debatia o país. “Uma destas respostas do governo é a que previa a criação de escolas de segundo ciclo em todas as sedes municipais da província e comunas com algum nível de desenvolvimento, evitando, deste modo, que técnicos com formação média dessem a aulas a alunos do ensino médio”, sublinhou.


Segundo o líder da associação dos estudantes da Escola Superior Pedagógica, José Jerónimo, tal medida deixou indignados os estudantes abrangidos pela decisão, que alegam não terem sido avisados com a devida antecedência para acautelarem a situação, inscrevendo-se em outras instituições de ensino superiores.


O líder associativo disse que embora inconformados, qualquer decisão das autoridades competentes nesta matéria deve ser observada e pede calma aos colegas visados para que respeitem a medida, observando os pressupostos que regem a criação das Escolas Superiores Pedagógicas.


Reagindo a indignação dos estudantes, o director da instituição disse não haver razões para tamanho descontentamento, porquanto foram avisados numa reunião em Agosto de 2011 que a partir do presente ano lectivo o acesso dos estudantes ao quarto ano para o curso de licenciatura seria condicionado a obtenção da média igual ou superior a 14 valores.


Fruto de uma constatação que indicava a saída de vários quadros da província para prosseguirem os estudos noutros regiões do país e que alguns acabavam por não mais regressar a província, a Escola Superior foi autorizada, em 2011, a abrir cursos terminais de licenciaturas com os alunos que haviam terminado o bacharelato em 2009 e 2010, para permitir que os estudantes pudessem prosseguir com os seus estudos, evitando-se, deste modo, o abandono da província por parte destes.


A Escola Superior Pedagógica do Kwanza Norte lançou para o mercado de trabalho desde a sua criação, em 2007, mais de mil e 500 bacharéis formados em ciências da educação, nas especificidades de português/inglês, Português/francês, biologia, física, matemática, educadores de infância e química.