New York - Manuel Vicente e os generais Hélder Dias Vieira (Kopelipa) confirmaram ser accionistas da Nazaki Oil and Gas, uma empresa parceira da norte-americana Cobalt International, que por sua vez explora três blocos petrolíferos em conjunto com a Sonangol.


Fonte: Negocios.pt

Manuel Vicente, actual ministro da Coordenação Económica de Angola, era até há dois meses presidente da petrolífera angolana. Já o general Kopelipa é ministro de Estado e chefe da Casa Militar do presidente da República, José Eduardo dos Santos. A Cobalt, por sua vez, tem o Goldman Sachs entre os seus accionistas.


Manuel Vicente e o general Kopelipa confirmaram ter participações na Nazaki Oil and Gas ao “Financial Times”. Numa carta enviada a este jornal os dois dizem que as suas participações naquela empresa “foram feitas no respeito da legislação angolana aplicável” à actividade petrolífera” e que “não cometeram qualquer crime de abuso de poder ou tráfico de influência para obter vantagens ilícitas enquanto accionistas”. Um outro accionista da Nazaki será o general Leopoldino do Nascimento, ex-chefe das comunicações de José Eduardo dos Santos, o qual não respondeu às questões colocadas pelo “FT”. No entanto, o nome deste é confirmado pelos próprios Manuel Vicente e Kopelipa, os quais esclarecem o jornal inglês de que a sua participação na Nazaki se materializava através de uma sociedade denominada Aquattro Internacional.


As autoridades norte-americanas têm vindo a investigar a Cobalt International por suspeita de suborno de altos quadros angolanos. As diligências partiram da SEC (o polícia da Bolsa dos EUA) e do Departamento de Justiça e foram confirmadas pela Cobalt, com sede em Houston, a qual avisou em Fevereiro os seus accionistas de que estava a ser investigada no âmbito das leis anti-corrupção norte-americanas. A opacidade dos accionistas angolanos da Cobalt está na origem das desconfianças, adianta o “FT”.


Na resposta ao jornal inglês, Manuel Vicente e Kopelipa dizem que se a operação da Cobalt em Angola “se revelar inviável em resultado de falhas na aplicação das leis norte-americanas” existirão por certo entidades angolanas ou estrangeiras interessadas em substitui-los nesta. “Esperamos que isso não vá acontecer”, adianta Kopelipa.