Luanda - A Procuradoria Geral da República declarou-se incompetente para avançar com uma investigação contra Eduardo dos Santos actual Presidente da República,  na sequência da queixa-crime, apresentada pelo PP-Partido Popular.


*A. Neto
Fonte: Club-k.net


“…Não tendo a PGR competência para conhecer e mandar instaurar os competentes processos crime por denúncias feitas contra o Presidente da República … vai indeferido, por incompetência, o pedido de abertura do processo crime requerido pelo Partido Popular” lê-se no documento a que tivemos acesso.


O despacho do Procurador da República foi exarado a 17 de Março e transcrito á 30 do mesmo mês, mas apenas hoje foi comunicado ao Advogado e político.

David Mendes disse ser estranho o atraso verificado na resposta e os argumentos evocados não são convincentes.


O documento a que nos referimos nada diz relativamente ao tratamento que vai ser dado as restantes figuras citadas na queixa, nomeadamente Pierre Falcone, Elísio de Figueiredo e Manuel Vicente, actual Ministro de Estado da Coordenação Económica.


David Mendes já disse que vai recorrer deste despacho.


Lembro que o PP-partido Popular apresentou a queixa a 10 de Outubro do ano passado. Curiosamente, desde aquela data,  o Advogado e as organizações as quais se encontra associado bem como o património que lhe é afecto, passaram a ser alvo de ataques com armas de fogo ou  directamente vandalizados sem que a polícia tenha conseguido até ao momento esclarecer tais  ocorrências.


No mês passado foi atingida com disparos de arma de fogo a sede da Associação Mãos Livres em Luanda. Em Benguela, foi quebrado o vidro traseiro da viatura com a qual circulava o Advogado.


No ano passado tinha sido queimada a viatura da Associação no Huambo.


No início do ano, a  Procuradoria ainda  não tinha respondido a queixa contra Eduardo dos Santos mas a Investigação Criminal abriu processo contra David Mendes acusando-o de difamação.


O processo corre trâmites. O causídico disse hoje que não vai desistir.


Lembro que mais de setecentos e setenta milhões de dólares foram retirados dos cofres do Estado, segundo alega a queixa contra os titulares.


No documento são  identificadas contas e  datas em que as operações foram alegadamente realizadas a partir da SONANGOL para contas da Camparal Inc., no Banco Internationale a Luxemburg.

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