Hamilton/Canadá - “O Estado estimula a associação dos angolanos que se encontram no estrangeiro e promove a sua ligação ao País, bem como os laços económicos, sociais, culturais e de patriotismo e solidariedade com as comunidades angolanas aí radicadas ou que revelem alguma relação de origem, consanguinidade, cultura e história com Angola”.


Fonte: O Mensalão

A diversidade política na diáspora

Artigo 86.º da nova constituição (Comunidades no estrangeiro). Na sociedade angolana existe ainda muita confusão entre os cidadãos para diferenciarem, o estado, o governo e os partidos políticos. Confusão esta que é extensiva a diáspora. Na diáspora desinformação chega a tomar proporções preocupantes quando alguns membros obstem – se em participar nas actividades comunitárias por não simpatizarem-se com este ou aquele partido político.


O artigo 86 da nova constituição acima citado serve para dissipar estas dúvidas em membros mal informados. A embaixada não representa um partido político mas sim a soberania de um estado nas relações internacionais. É ela que nos representa na diáspora e é ela o veículo motorizado para materializar o artigo 86. Renunciar uma aproximação a nossa embaixada é automaticamente renunciar a nossa origem de cidadão angolano e renunciar a sua ajuda representa a cessão dos nossos direitos como cidadãos angolanos.


É imperativo que nos organizemos em comunidade porque só assim poderemos preservar os nossos laços tradicionais, culturais, sociais e mesmo económicos. Só organizados em comunidade poderemos construir uma base sólida para o desenvolvimento da nossa comunidade ostentando um futuro promissor para as nossas crianças. Com certeza que muitos de nós já tentamos esta travessia isolados, outros pura e simplesmente afastaram-se ou ignoraram a comunidade mas o resultado foi sempre o mesmo, “O regresso do filho pródigo”.


A diversidade política na diáspora, deveria ser um dos maiores motivos de orgulho da emergente democracia da nação angolana. Vivendo e convivendo neste multicultural e multipartidário mosaico canadiano, os mwangolês (em minha opinião) deveriam a esta altura apresentar uma maior maturidade política. Infelizmente, ainda temos muito tabú por superar.


Felizmente novos ventos tem soprado positivamente na nau da comunidade. Uma nova e jovem direcção apareceu na ACO, dinamizando e inspirando um novo sentimento. A comunidade em si tem estado se mobilizando e exigindo mais actividades. Novos projectos têm estado a surgir nos mais diferentes campos: académicos, social, arte, cultura, letras e desporto.


Vamos precisar do engajamento massivo e voluntário de toda comunidade para materializar estes projectos que sem dúvida marcarão um acto histórico na recente história da diáspora angolana no Canada.