Lisboa - O ministro angolano Kundi Paihama apresentou uma queixa-crime contra o empresário português António Ferreira, acusando-o de desvio de 25 milhões de dólares, mas este refuta as acusações e diz não ter sido notificado.


Fonte: Lusa



A assessoria da sociedade de advogados FBSL, que representa o ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos de Angola, disse à Lusa que Kundi Paihama, "na qualidade de cidadão e empresário", apresentou uma queixa-crime, na semana passada, na Direção Nacional de Investigação Criminal, em Luanda, contra António Ferreira.


Na queixa-crime, identificada pela mesma fonte com o número 227/012dccotp/dnic, acusa-se António Ferreira de furto de quase 25 milhões de dólares (19 milhões de euros), falsa prestação de contas, abuso de confiança, prática ilícita de jogo de sorte ou azar, furto de valores e uso abusivo de conta para projetos próprios e utilização abusiva de cartão de crédito.


António Ferreira fala em "assalto ao poder"


Em comunicado, António Ferreira considera no entanto que, "a existir", uma ação judicial do general Paihama seria "um bom sinal", pois significaria "uma alteração de postura na resolução de um caso de assalto ao  poder" de que o empresário português diz estar a ser "vítima".


António Ferreira diz que "nunca houve qualquer sinal ou vontade do general Kundi Paihama em resolver o diferendo pelas vias regulares, antes pelo contrário". Segundo o gabinete jurídico do empresário português, António Ferreira tentou "a via negocial" para resolver o diferendo, chegando mesmo a tentar vender a sua participação na Gesti-Grupo.


"Desde 2009 que tenho sido impedido de me fazer representar nas assembleias gerais da Gesti-Grupo. (...) Desde 2009 que não tenho acesso a remunerações nem a dividendos que me são devidos, nem a informação das sociedades do grupo que criei e desenvolvi", escreve, acrescentando: "E tenho-a solicitado, com frequência, quer à gestão, quer à fiscalização das sociedades".


O empresário diz ainda ter sido "alvo de pressões e ameaças ilegítimas várias", com o objetivo de o "afastar" do Gesti-Grupo. Segundo o comunicado, António Ferreira diz ter iniciado negócios em Angola há duas décadas e ter travado conhecimento com Kundi Paihama nessa altura.

 

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