Luanda - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, iniciou uma curta viagem de 48 horas a Luanda que tinha inicialmente como objectivo essencial  concertar caminhos para o  relançamento da cooperação entre a Europa e Angola.


*Alexandre Neto
Fonte: VOA



http://imgs.sapo.pt/jornaldeangola/img/thumb2/20120420061602prdurao.jpgContudo o golpe de estado na Guiné-Bissau levou a que a situação nesse país se tornasse num dos aspectos mais imoprtantes da sua visita.


Barroso reuniu-se quinta-feira com os líderes dos Grupos Parlamentares e foi recebido pelo presidente do Parlamento  António Paulo Kassoma.


Mais tarde avistou-se com o Presidente José Eduardo dos Santos e deveria participar também numa cerimónia de assinatura de contratos com organizações da sociedade civil para projectos na área de educação cívica e observação eleitoral, no valor de 1,2 milhões de euros.


Sexta-feira Durão Barroso é homenageado no campus da Universidade Agostinho Neto, ao Camama, onde profere uma palestra sobre “Europa-Angola 2012: um novo caminho conjunto”.


Também Sexta-feira  o presidente da Comissão Europeia visita um projecto financiado pela União Europeia no bairro do Sambizanga.


A visita oficial de Durão Barroso serve também para passar em revista os programas de cooperação bilateral, no âmbito económico, político, de desenvolvimento e social, perspectivar e projectar o futuro das relações bilaterais. É neste âmbito que está prevista a assinatura de um acordo de parceria estratégica.


Devido aos últimos acontecimentos na Guiné-Bissau, a situação naquele país adquiriu estatuto de incontornável na agenda do encontro  com o Chefe de Estado angolano.


Numa altura em que a Comunidade Internacional desenvolve esforços diplomáticos no sentido de se solucionar a situação na Guiné-Bissau, após o golpe de Estado levado a cabo por militares no dia 12, a visita do presidente da Comissão Europeia, marcada há vários meses, surge em momento oportuno na medida em que José Eduardo e Durão Barroso puderam discutir em detalhe sobre o dossier Guiné-Bissau, com realce para as razões que levaram Luanda a dar por finda a sua missão de segurança naquele país.


Há que realçar que numa conferência de imprensa, na terça-feira, em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia repudiou o golpe de Estado na Guiné-Bissau.


Acompanhado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, Durão Barroso deixou claro que a União Europeia está ao lado dos líderes democraticamente eleitos na Guiné-Bissau e “não tolerará golpes contrários à Constituição guineense e ao Estado de direito”.


A CPLP, que tem na presidência Angola, defendeu no passado sábado a criação de uma força de interposição na Guiné-Bissau com o aval da Organização das Nações Unidas (ONU), a fim de garantir a defesa da paz e da segurança e a assegurar a ordem constitucional.


O repto lançado após a reunião do conselho de ministros da organização, sábado último, em Lisboa, vai no sentido de obter um mandato definido pelo Conselho de Segurança da ONU com vista a protecção das instituições, das autoridades legítimas e das populações, bem como a conclusão do processo eleitoral e a concretização da reforma do sector de defesa e segurança da Guiné-Bissau.