O partido do presidente José Eduardo Dos Santos tinha reivindicado a sua vitória, muito antes mesmo dos resultados oficiais, a sua larga vitória nas legislativas de sexta-feira em todo o país. Porém, em relação às províncias angolanas, caso por exemplo do Namibe onde o partido no poder chegou a obter 94.45% e o partido do Galo Negro 2.84%, em Cabinda registou-se uma vantagem mínima ao MPLA sobre a UNITA por causa sobretudo dos resultados de votação expressos pelos trabalhadores da indústria petrolífera em que a maioria esmagadora votou a favor da UNITA.

O desânimo é evidente no MPLA; e segundo secretário do MPLA, Mangovo Tomé fala de fraude, em declarações à VOA. Porém, segundo o Director de informação do MPLA, Rui Falcão, «a vitória não está em causa, somente a obtenção da maioria qualificada». No caso de obter 2/3 dos 220 assentos de deputados no parlamento, o actual partido no poder angolano está, com efeito, à altura de modificar a Constituição.

UE CONSIDERA ELEIÇOES TRANSPARENTES E UM AVANÇO PARA A PAZ

A oposição contestou no início a validade da eleição em tos os cantos de Angola, em especial em Luanda. Segundo a UNITA, os atrasos no transporte do material, a ausência de listas eleitorais e a falta de boletins de voto que, na sexta-feira, criaram entrave ao escrutínio tornaram as eleições «ilegais» Era necessário reabrir os 320 «bureau» de voto na capital angolana, no sábado, em vista a dar uma nova sorte a aqueles que não puderam votar na véspera. Mas notícias de última hora dão conta que o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, reconheceu na noite de hoje, em Luanda, a derrota do seu partido nas legislativas de 5 de Setembro.

Por outro lado, a italiana Luísa Morgantini, a chefe da Missão da União Europeia afirmou, hoje, em Luanda, que ”as eleições legislativas em Angola foram «transparentes» e que os eleitores votaram «com toda a liberdade». Quanto África Austral, esta não esperou para afirmar, nas suas conclusões preliminares, que o processo eleitoral tinha sido «credível e transparente». No entanto, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) reconheceu que «os atrasos na abertura do escrutínio em certas Assembleias de Voto teriam levado os eleitores entusiastas à renunciar a votar».

Fonte: PNN Portuguese News Network