Lisboa -  Nasceu  no então colonato do Vale Loge, na  actual província do Uíge  que era campo de concentração do regime colonial português mas foi na Alemanha onde se mudou para se licenciar em Teologia. Dotorou-se em Ciências Religiosas e em História Oriental pela Universidade de Modesto, em Califórnia, Estados Unidos da América.  É hoje, conhecido como o  reverendo  Loa,  que ambiciona a  Presidência da Republica de Angola honrando assim o sonho  desfeito de um primo seu, Mfulupinga Lando Victor (PDP-ANA).


Fonte: Club-k.net


O Reverendo Feliciano de Carvalho  Loa,  abandonou o país, em 1975 quando ainda tinha 19 anos de idade tendo se  mudando para Brazzavile onde  aproveitou para se juntar ao MPLA.  Era, na altura,  um aluno do 3º ano do liceu que estudava Química. No ano a seguir, ao seu abandono de Angola, foi despachado como militar para Cabinda onde  teria encontrado o malogrado general  Pedro Tonha “Pedalé” e Delfim de Castro que o acolheram.  Não durou muito tempo  no exílio e acabou por regressar a Luanda para continuar com seus estudos.  Ao mesmo tempo estreou-se  como professor primário.


Em 1982, por não concordar com os rumos que “o regime comunista”  instalado em Angola tomou,  o hoje reverendo  optou  novamente por   abandonar o país.  Desta vez, o rumo seria a Alemanha Federal onde lhe  foi   concedido o estatuto especial de exilado político. Durante esse período desenvolveu diversas atividades políticas, sociais e religiosas no exterior.  Trabalhou estreitamente com a rede externa da  UNITA com  o intuito de influenciar  as partes envolvidas no conflito  para a via do dialogo.


 Em 1985,  ajudou a fundar   a Congregação Cristã de Amizade Afro-européia – Caafe onde exerce actualmente as funções de Presidente Mundial da Congregação Cristã. Em 1990  foi enviado para Angola  pelos responsáveis da  UNITA na Europa   para realizar trabalhos exploratórios com altos responsáveis do MPLA, tendo em vista aos  acordos de paz definitivo que se concretizaram em 1991.  Posto em Luanda, o Reverendo Loa acabaria por ser  detido pelos  serviços  secretos   que o encaminharam para  às masmorras da conhecida estrada de Catete.  Permaneceu nessa prisão subterrânea  e  escura durante um mês e meio tendo sido  submetido a vários interrogatórios e tortura psicológica.


Ainda estando no calabouço do regime,  o Reverendo Loa conseguiu escrever ao então  Ministro da Segurança de Estado  reportando sobre a sua situação culminando com uma audiência ao mesmo.  O Ministro  angolano convenceu-se do excesso de zelo de seus agentes e como forma de se desculpar, ofereceu a quantia de USD 2 mil dólares e bilhetes de passagens para que o pastor pudesse regressar  a Alemanha via Brazzaville junto com os  membros da delegação que o acompanhavam.


Na seqüência  dos  acordos de Bicesse, entre o Governo e a UNITA, o pastor   solicitou ao partido chefiado por Jonas Savimbi ,  o seu regresso para Angola e participar na preparação de eleições de 92.  Um alegado  silêncio por parte da Direcção da UNITA,   em relação ao seu pedido fez com que o mesmo   regressasse ao país, sob seu risco tendo  decidido  aproximar-se  ao MPLA.
 

Ainda em 1992, o Reverendo Loa chefiou uma Delegação Alemã com objectivo de  doar um contingente de  medicamentos para superar algumas necessidades das populações carentes em Angola. A Delegação foi recebida pelo então Vice-Ministro das Relações Exteriores para as Comunidades, João Miranda e pelo Ministro das Relações Exteriores Pedro de Castro Vandúnem “Loy”. Ao nível partidário,  Loa e a sua delegação foram recebidos pelo actual Secretário Geral, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse” e pelo então Secretário Geral,  Marcolino Moco  que representou na altura o presidente do partido,  José Eduardo dos Santos (JES) a quem o Reverendo  Loa ofereceu uma caricatura de escultura metálica do rosto de presidente Dos Santos,  agraciando-o  de "pai da nação angolana".
 

Ainda neste mesmo ano,  o reverendo Loa estabeleceu em Angola a Congregação Cristã de Amizade Afro-européia – Caafe e a Escola de Investigação e estudos Bíblicos.   Além disso, por acreditar na boa vontade política do partido no poder, em   reunir os angolanos numa verdadeira reconciliação nacional, o mesmo  apresentou a sua candidatura  a membro Suplente do Comitê Central do MPLA. Mas por razões desconhecidas não foi convidado para votação. Foi-lhe concedido o estatuto de militante do partido chefiado por JES.


 Sempre aliado as comunidades angolanas na diáspora, o Reverendo promoveu um abaixo assinado   “proposta dos Bacongos no exterior”,   que  enviou, em 1993, ao presidente da Assembléia Nacional,  Fernando José França Van-Dúnen, onde apresentou uma  proposta de paz e de  reconciliação angolana entre , MPLA, UNITA, FNLA e a FLEC. Além disso, Loa apresentou nessa altura à casa de leis de Angola a sua proposta de lei constitucional que deveria transformar Angola numa República Federal.


Com o surgimento da paz em Angola, o Reverendo passou a regressar ao país com mais freqüência alimentando aspirações de concorrer a Presidência da República  para suceder o Presidente   José Eduardo dos Santos.  Em Luanda, estabeleceu contactos com Filomeno Vieira Lopes, actual SG do Bloco Democrático, com quem abordou as suas ambições presidências.


Defende uma Visão política Cristã, de combate estratégico e dirigido à pobreza e à Miséria dos angolanos através de um programa radical de melhoria das condições de vida equilibrada e de redistribuição da Riqueza nacional, de maneira justa e para todos,  caso tome o poder em Angola.