Washington - A Cobalt International Energy, uma empresa petrolífera americana quotada na bolsa de Nova Iorque, revelou esta semana prejuízos no valor de US$ 36.5 milhões no primeiro quadrimestre deste ano, após revelações de corrupção nos seus negócios em Angola. Apesar disso, a empresa mantem a sua intenção de continuar a exploração petrolífera no país.


Fonte: Makaangola.org


As acções da Cobalt caíram vertiginosamente após confirmação de interesses encobertos de três altos dirigentes angolanos na Nazaki Oil & Gaz, empresa parceira da Cobalt em Angola.


Uma investigação do Maka Angola revelou, em Julho de 2010, que o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, o general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” e Manuel Vicente, na altura presidente da Sonangol, são accionistas da Nazaki. Em queixa-crime apresentada por Rafael Marques de Morais à Procuradoria Geral de Angola, estas participações foram denunciadas como indícios de crimes de corrupção.


Tambem nos EUA, as participações accionistas opacas dos dirigentes angolanos no consórcio com a Cobalt, sem concurso público, levantou suspeitas de corrupção. A legislação anti-corrupção nos EUA proíbe o pagamento ou a oferta de qualquer valor a dirigentes estrangeiros em troca de negócios. O consórcio encontra-se, desde Novembro passado, sob investigação pela entidade reguladora Securities and Exchange Commission e pelo Departamento de Justiça norte-americanos.


Recentemente, Manuel Vicente e Kopelipa confirmaram ao Financial Times as suas posições accionistas na Nazaki. As acções da Cobalt caíram sete porcento após esta confirmação, provocando uma baixa de US$ 900 milhões na capitalização bolsista da empresa.


Em cartas quase idênticas ao Financial Times, Manuel Vicente e Kopelipa acrescentaram ainda, sem quaisquer reservas, que no caso das suas participações accionistas tornarem a parceria com a Cobalt “inviável” outras empresas petrolíferas seriam facilmente encontradas para a substituir no actual consórcio.