Brasil –  A cantora angolana "Titica", que se encontra neste momento no Brasil, esta a ser submetida a um processo para mudança de sexo que a irá tornar na primeira transexual angolana. A revelação foi  avançada pela mesma a imprensa brasileira contando que está na fase do acompanhamento  psicológico para compreender o processo de mudança de sexo. “Está acontecer aos poucos”, avançou ao responder se já foi operada.


Fonte: Club-k.net

Cantora diz que está acontecer aos poucos

A constituição angolana é omissa sobre esta questão  pelo que se desconhece, sobre o futuro tratamento   jurídico que lhe será dada após a mudança de sexo.  Desde algum tempo a cantora passou a adoptar de forma informal o nome feminino de Teca Miguel Garcia que explica ser uma homenagem ao apelido que recebeu dos  seus pais na infância, Tica-Tica, que significa criança peralta.


Titica que cresceu com  as suas tias no Bairro Operário começou a manifestar-se desde a puberdade inclinação para tendências opostas ao sexo masculino. Há três anos atrás, quando tinha 21 anos de idade,  viajou para o Rio de Janeiro para implantar prótese de silicone nos seios.  Desde então passou apresentar-se como mulher e é pela sua abertura que ganhou carinho e respeito por parte da sociedade angolana.


“É uma convocação para saírem do armário (risos)”, brincou a mesma, mudando de tom ao falar da  sua sexualidade: “Assumir foi muito difícil para mim. A família não aceita, a sociedade angolana é muito fechada. Fui desprezada, apedrejada. Um dia coloquei uma saia, um brinco, depois um top”, revelou, realçando que “enfrentei muito preconceito”.

 

“Entendo eles [meus pais]. Eles criaram um filho não para ser da forma como sou. Mas depois eles entenderam que eu sou assim e serei assim sempre. Uma vez mulher, sempre mulher”, disse a  cantora, que não despreza um salto alto de 15 centímetros, cílios postiços, maquiagem com glitter, além de enormes unhas pintadas de esmalte cintilante. Por fim, a cantora confessou que é solteira. "Estou pronta para amar", avançou. 


Depois de Titica quem se segue?


O caso Titica é inédito em Angola. Na década de 90, a homossexualidade era tida como um assunto constrangedor para as famílias levando os protagonistas a fecharem-se. Nos últimos anos, a  corrente gay cresceu, embora não estejam reunidos em torno de uma associação cívica que defenda os seus direitos. A pergunta que fica nos bastidores, é, depois de Titica, quem será a próxima?