Inicialmente, havia afirmado que embora o aborto seja uma questão antiga, até hoje ainda é motivo de acesos e calorosos debates, provoca obuses verbais em vários campos do saber humano: Medicina, teologia moral, na própria moral, ética e mais recentemente na política, na sociologia, na psicologia, na bioética, no direito etc. Para muitos o aborto é a interrupção da gravidez.

João Paulo II insurgiu-se à essa definição na sua encíclica evangelium vitae (Nesta encíclica o papa faz uma análise de grande profundidade referente a inviolabilidade da vida humana, denuncia todos os inimigos da vida e apresenta célebres argumentos morais, teológicos, filosóficos, espirituais e científicos em defesa da vida. Vale apenas ler.), dizendo que esta definição está carregada de fuga e falta de verdade, é fugir da culpa moral e propõe outra definição justa: «o aborto é causar voluntariamente a morte da uma criança».. O Papa chamou ao aborto de infanticídio. Assim o Papa mostra claramente a inviolabilidade da vida humana e lança-se contra todas as ameaças à vida que também é partilhada pelo concílio Vaticano II na constituição pastoral G.S nº 27 «tudo quanto se opõe à vida como genocídio, eutanásia, eugenia, aborto, homicídio (...) são condenáveis·»A literatura moral e jurídica costuma distinguir vários tipos de abortos:
- Aborto terapêutico (ocorre quando a vida da gestante está em risco).
- Aborto ético humanitário (quando a gravidez é fruto de uma violação, incesto etc.).
- Aborto psicossocial (deve-se a razões pessoais: económicas, projecto de vida, sociais, familiares etc.).
- Aborto eugenésico (quando se acha antecipadamente que o nascituro apresenta uma anomalia congénita). Existe outra classificação: aborto natural e aborto provocado.
 
CONSEQUÊNCIAS
O aborto apresenta-se como uma acção amoral, infringe e estrapula a faculdade “Deus dá”, assim sendo tem consequências graves que podemos sintetizar assim:
- Morte do bebé e da mãe.
- Esterilidade irreversível e rotura do útero.
- Raiva constante quando a abortante se depara com um bebé.
- Ansiedade, stress e depressão.
- Hemorragias graves, que levam a transfusões sanguíneas.
- Desequilibro mental constante.
- Sentimento de culpabilidade.
- Pesadelos.
- Acidentes ligados a anestesia.
-Doenças inflamatórias pélvicas e possível infertilidade decorrente.
- Cirurgias não intencionadas, incluindo a laperatomia, histerotomia e histerctomia.
- Perfuração da vesícula e do intestino.
-retenção dos restos ovulares, que desencadeia em infecções e febre alta.
- Anemia.
- Peritonite (uma infecção da membrana serosa que reveste interiormente a cavidade abdominal)
- Gravidez tubária não detectada.
- Embolia pulmonar (obstrução da artéria pulmonar)
- Trombo flebite venosa (inflamação de uma veia que se desenvolve antes de um coagulo sanguíneo)
- As pessoas que abortam são mais propensas à se suicidarem, por causa do vazio existencial que esta pratica causa.
- Crise espiritual, no caso de professar uma religião provida. O aborto provoca outras consequências muito mais igualmente dramáticas, mas optamos em parar por aqui no que as consequências dizem respeito.

Talvez o leitor se questione, será que o aborto realizado numa clínica especializada com condições técnicas e humanas também causa tudo isso? Causa sim, porque os resultados que nós apresentamos aqui, são fruto de pesquisas realizadas nos Estados Unidos da América em clínicas com todo o artefacto possível da medicina contemporânea.

REFLEXÃO ÉTICA

A vida é o valor que está acima de todos os valores, ou seja, é o substrato de todos os valores e direitos da pessoa humana. A reflexão ética referente ao aborto gira em torno do direito à vida do “não nascido[1]” (Fernandez J, 10 palavras-chaves em bioética…, Paulinas, S.Paulo, 2000, p.63.)
 No dizer de Gonzalez, o não nascido é inviolável pelo facto de ser «vida com destino humano» (González F, apud Javier Fernández, 2000, p.64.)
 . «É importante sublinhar que a falta de autonomia e a grande fragilidade dessa vida em hipótese alguma podem nos levar a atribuir-lhe um menor valor. Pelo contrário é justamente essa debilidade que a torna jurídica e especialmente defensável, como mostra o instituto jurídico do infanticídio, aplicável a esses casos» (González, op. Cit, p.65.
.) «O substrato da afirmação do valor fundamental da vida do recém-nascido pode ser explicado a partir de três coordenadas éticas: a percepção de seu corpo como verdadeiramente humano, a convicção de que lhe compete um legítimo “destino humano” e por fim sua fragilidade e sua falta de autonomia, que não lhe diminuem o significado humano, mas até reforçam a exigência de protecção» (Ibíd., p.65.)

Diante deste dilema ético da permissão ou não do aborto, lê nossa opinião baseada na razão metafísica e pratica que ultrapassam a dimensão fenomenal e positivista da ciência sem alma. A conquista científica do nosso tempo sobre o início da concepção é elucidativa e tem peso suficiente para defender a vida inicial. Estas imagens podem ser vista em filmes e imagens ultra -sonograficas, que segundo Javier existem casais que abandonaram a decisão de abortar por terem visto as imagens do bebé com dois meses em movimentos misteriosos e insondáveis. Paralelamente aos argumentos em defesa da vida desfilam também outros contra a vida ou seja a favor do aborto. Uns afirmam que a mulher tem o direito de abortar porque o nascituro é parte do seu corpo e retira-o quando quiser. Outros argumentam que a pessoa, só é pessoa quando é capaz de estabelecer inter-relação, ou seja depois de nascer, assim sendo o embrião e o feto não são pessoas e não têm direito a vida. Ainda no âmbito da cultura da morte, há quem defende até a legalização do aborto. Para nós o aborto legalizado, a sua gravidade não tem comparação se não com as armas de destruição em massa. Infelizmente, a cultura anti-vida, com uma visão perversa da liberdade, transformou o útero da mulher que antes era o lugar mais seguro do mundo, num ringue para todo tipo de fogo, ferro, e drogas venenosas.

A igreja católica condena veementemente o aborto e demostra a inviolabilidade da vida humana em vários documentos: Evangelium Vitae de Paulo II, catecismo da Igreja católica, Concílio Vaticano II, Humana Vitae, Familiaris Consortio, etc. Vejamos de forma original o que diz o Catecismo da igreja católica: «A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, deve ser reconhecido a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável à vida de todo ser inocente» (22270, C.IC., Gráfica de Coimbra, 1993).

Existem casos particularmente difíceis, em que a gravidez põe em risco a vida da mãe. Nestes casos, faz-se um discernimento ético associado a escala de valores e prevalece a vida da mãe, sem menosprezar ou pensar que a vida do filho é menos valorosa.

 É mister esclarecer que não existe nenhuma justificação ética, social, jurídica, filosófica, teológica ou outra que abra a porta ao aborto, ao contrário agride-se aos designeos de Deus e da razão, que reconhecem a inviolabilidade do dom da vida.Porem, sobre nenhum pretexto se deve matar o embrião mesmo que seja de milésimas de segundo.
 
CONCLUSÃO

 O problema que estamos finalmente a abordar é de grande delicadeza, por causa do objecto em questão: A vida humana. Está mais do que evidente que o que o aborto mata é uma pessoa. Infelizmente, o mundo tende a substituir a civilização do amor pelo aborto. Assim sendo urge a necessidade de defendermos a vida a todo custo. As soluções vão desde a denúncia, a sensibilização, a educação sexual e aos valores em geral, até a melhoria das condições de vida das pessoas, já que umas das causas fundamentais do aborto são as condições infra humanos a que muitas pessoas estão expostas e violentadas.
 

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Fonte: Club-k.net